Número de animais ameaçados de
extinção no Brasil aumenta 75% em 11 anos.
Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira: “Nós
fizemos o maior inventário de fauna do mundo”. Foto: Marcello Casal
Jr/Agência Brasil.
O número de animais ameaçados de extinção no Brasil
aumentou 75% entre 2003 e 2014, segundo a nova lista nacional de espécies
ameaçadas, divulgada ontem (17) pelo Ministério do Meio Ambiente. Entraram na
lista 395 espécies, a maior parte de invertebrados terrestres, e 88 animais não
fazem mais parte do grupo dos ameaçados de extinção, que reúne 698 espécies.
A ministra do Meio Ambiente, Isabella Teixeira,
atribui o aumento ao maior número de espécies analisadas. O estudo foi
realizado entre 2010 e 2014 por mais de 1,3 mil especialistas, e considerou
12.256 espécies – número 800% maior que o relatório anterior, segundo o MMA.
“Nós fizemos o maior inventário de fauna do mundo
e, em algumas classes de animais, avaliamos 100% de espécies conhecidas no
Brasil, o que não aconteceu antes. Quando você conhece mais, tem uma amostra
maior, o número de ameaçados também sobe”, disse a ministra.
O grupo de espécies de animais que mais entram na
lista foi o dos invertebrados terrestres (148), seguido das aves (100), dos
répteis (62), mamíferos (55) e anfíbios (30). Com a atualização, as aves são os
animais mais ameaçados, com 234 espécies na lista. O pássaro
maçarico-rasteirinho é uma das novas espécies ameaçadas e apresenta grande
declínio populacional, segundo o ministério. Outra espécie ameaçada é o
macaco-prego-galego, da Mata Atlântica nordestina, que sofreu grande redução
nas últimas décadas.
O ministério diz que a expansão agrícola e urbana,
os grandes empreendimentos e assentamentos, a poluição, as queimadas, o
desmatamento e as espécies invasoras são fatores importantes para o aumento no
risco de extinção de espécies da fauna. A lista divide os animais ameaçados em
três categorias, que servem para orientar as ações nacionais de proteção:
criticamente em perigo, que tem risco extremamente alto de extinção na
natureza; em perigo, com risco muito alto, e vulnerável, com risco alto.
“As espécies que entraram na lista terão planos de
conservação, todas serão hierarquizadas e todas farão parte do plano nacional
de recuperação de espécie. Nossa intenção é retirá-las dessa lista. É um
trabalho que casa ciência com conservação de políticas públicas e a tomada de
decisão de novas políticas”, informou Isabela Teixeira.
Entre os animais que saíram da lista estão a
baleia-jubarte, a arara-azul-grande e o uacari, que estão, segundo o
ministério, em recuperação da população. A ampliação do conhecimento sobre as
espécies e o aumento populacional são fatores considerados pelos pesquisadores
como determinantes para a saída de alguns grupos de animais da lista.
O Ministério do Meio Ambiente também divulgou dados
referentes às espécies de plantas e peixes ameaçadas. Foram consideradas com
risco de sumirem do meio ambiente 2.113 espécies de plantas – 4,8% da flora do
Brasil. Dessas, 286 têm algum valor socioeconômico, como plantas medicinais e
espécies madeireiras.
No total, 82 espécies de peixes ou invertebrados
aquáticos saíram da lista dos ameaçados de extinção, e 325 entram na
classificação, aumentando de 232 para 475 o número de espécies ameaçadas de
desaparecer da natureza. O ministério diz que o principal motivo para a ameaça
às espécies de peixes continentais é a perda de habitat, enquanto o
fator responsável para o aumento do risco às espécies marinhas é a sobrepesca.
As listas completas podem ser acessadas no site do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio).
Documentos:
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Fonte: Agência
Brasil
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