Poucos avanços na primeira semana
de negociações em Lima.
por
Redação do WWF Brasil
Abertura da COP20 em Lima, Peru
© COP 20 – UNFCCC
© COP 20 – UNFCCC
Durante a primeira semana da 20ª edição da
Conferência das Partes (COP20) das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas,
pouco se avançou nas discussões para a elaboração do Acordo Climático Global. O
evento, que teve início no dia 1º de dezembro, em Lima, reúne os representantes
dos mais de 190 governos que integram a Convenção Quadro das Nações Unidas
sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) para discutir o papel dos países na redução
das emissões dos gases de efeito estufa.
De acordo com André Nahur, coordenador do Programa
de Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, “o começo desta conferência
teve sinais políticos positivos, como as metas anunciadas pelos Estados Unidos,
China e União Europeia, que podem ser o primeiro passo de que é possível chegar
ao final de 2015 com alvos globais estabelecidos rumo a um futuro de baixo
carbono. Apesar deste sinal, a discussão sobre o caminho das ações dos países
antes de 2020 ainda possui extrema relevância, pois há uma lacuna de emissões
que deve ser eliminada urgentemente”.
O Brasil foi destaque nesta semana por quase ganhar
o prêmio “Fóssil do Dia” na última quarta-feira (03). A premiação é realizada
diariamente pelas organizações não governamentais aos países com
posicionamentos não favoráveis às negociações climáticas. O país foi o segundo
colocado devido a uma declaração sobre Mecanismos de Desenvolvimento Limpo
(MDL), pela qual ele negou que haja dupla contagem da redução de emissões. O
MDL foi criado pelo Protocolo de Kyoto para ajudar financeiramente países em
desenvolvimento a cumprir seus compromissos de redução de gases do efeito
estufa (GEE), por meio da implementação de projetos sustentáveis, com os quais as
emissões evitadas geram créditos.
Apesar disso, Nahur afirma que o Brasil tem
avançado na proposta de uma nova metodologia para o próximo acordo climático
global, que pretende esfriar os ânimos na discussão que ocorre desde a
assinatura do Protocolo. Chamada de Diferenciação Concêntrica, a proposta
brasileira foi apresentada na quinta-feira (04) e teve boa aceitação entre as
delegações, servindo como um pontapé inicial para um processo mais focado para
a negociação do texto. De acordo com o documento, os países seriam divididos em
três níveis, com critérios diferentes de redução de emissões. A principal
dúvida gira em torno dos indicadores para a escolha da categoria de cada país.
Com a chegada dos ministros para o Segmento de Alto
Nível, que ocorrerá a partir de hoje (9), a expectativa é que o ritmo das
discussões acelere. Até o final desta semana, deve-se chegar ao desenho inicial
de um acordo climático global – a ser finalizado em 2015 e assinado na COP21,
em Paris – que obrigue as nações a cortar as emissões de gases de efeito estufa
a partir de 2020. Para Nahur, “é necessário que os países avancem nesta
discussão aqui em Lima, para que tenhamos claros avanços na discussão de ações
efetivas antes de 2020 e de financiamento de ações de mitigação e adaptação”.
Fonte: WWF Brasil
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