quarta-feira, 14 de outubro de 2015

WWF-Brasil quer aproximar sociedade das áreas protegidas.
Parque Nacional do Juruena. Foto: © Adriano Gambarini / WWF-Brasil.

Por Jaime Gesisky, do WWF-Brasil – 

Durante o VIII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), que acontece de 21 a 25 de setembro em Curitiba (PR), o WWF-Brasil defenderá que a sociedade esteja cada vez mais próxima das áreas protegidas, tais como os parques nacionais, florestas públicas e reservas extrativistas. Seja como visitante, morador ou pesquisador, as unidades de conservação da natureza são criadas e mantidas para o benefício de todos. Nada mais justo do que pensá-las de um ponto de vista mais ampliado socialmente.

“É nessas áreas que estão as nascentes que abastecem o campo e as cidades, a biodiversidade que instiga a ciência em busca de novas descobertas e as florestas que ajudam a manter o clima estável. Sem contar as belíssimas paisagens que atraem visitantes do mundo inteiro”, resume o secretário-geral do WWF-Brasil, Carlos Nomoto.

Para animar o debate em torno do tema, a delegação do WWF-Brasil desembarca no CBUC, na próxima semana, para uma série de eventos em que serão discutidas formas de aproximar as pessoas das unidades de conservação.

Um estudo, que será lançado pela organização durante o Congresso, avalia a importância de se pensar a gestão das unidades de conservação sob o aspecto regional. Trata-se da abordagem pelo modelo dos mosaicos de áreas protegidas – um desenho em que vários níveis de governos e instâncias populares se unem para dar conta da tarefa de administrar esses patrimônios públicos. Além da pesquisa, haverá discussões técnicas sobre este assunto durante o evento.

A agenda de debates incluirá também mecanismos de sinalização para orientar os visitantes que buscam as unidades de conservação como lazer. “Cuidar da maneira como as pessoas serão conduzidas nesses ambientes, de modo que tirem o melhor proveito da experiência junto à natureza é uma forma de recepcionar bem o visitante e cativá-lo para que ele volte e queira compartilhar a experiência com os outros”, considera Mauro Armelin, Superintendente de Conservação do WWF-Brasil.

No coração dos brasileiros

Outra publicação que terá espaço na programação do WWF-Brasil traz dados sobre o que as unidades de conservação brasileiras guardam em termos de biodiversidade – quantidade de organismos vivos, animais e plantas existentes na natureza.

“Essa já é uma abordagem que interessa mais aos cientistas, que vivem em busca do que há de potencial nos seres vivos para transformá-lo em benefícios para a humanidade. Também é uma forma que a sociedade tem de se apropriar das áreas protegidas, pelo viés da ciência”, lembra Armelin.

Além das discussões e debates, o WWF-Brasil também deverá se unir a outras ONGs em uma ação nacional, com o objetivo de popularizar as unidades de conservação de modo a criar cada vez mais empatia do público com as áreas naturais.

“Em uma pesquisa nacional de opinião pública que encomendamos ao Ibope no ano passado, ficou evidente que o brasileiro tem orgulho das áreas verdes do país, e quer que essas áreas sejam cada vez mais acessíveis a todos”, recorda Armelin.

Os dados da pesquisa mostram que 58% dos entrevistados têm no meio ambiente um motivo de orgulho. Esse mesmo sentimento faz bater o coração de 37% da população quando o tema é diversidade cultural, e 30% afirmam que têm no esporte a razão para exaltar sua brasilidade. O brasileiro, diz a pesquisa, também está ciente do papel das áreas protegidas para o bem estar de todos. Entre os entrevistados, 65% afirmaram que a proteção da fauna e da flora é um dos benefícios dessas áreas.

A pesquisa aponta ainda que a população também sabe que proteger o meio ambiente significa garantir a proteção das nascentes, represas e rios, as principais reservas de água para o consumo humano. Essa relação está clara para 55% dos que responderam à pesquisa. Para 48% dos pesquisados, as áreas protegidas ajudam a melhorar a qualidade do ar; 34% identificam nesses locais uma oportunidade para o descanso e o lazer e 25% enxergam perspectivas econômicas a partir da conservação do meio ambiente.

Saiba mais sobre o CBUC aqui.


Fonte: WWF Brasil

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