É
possível diminuir emissões e ainda economizar.
Publicação mostra que incentivar geração solar
distribuída gera benefícios econômicos. Foto: © WWF-Brasil.
Um dia após o anúncio da presidente Dilma Rousseff
sobre a meta brasileira de emissão de gases de efeito estufa com vistas à COP
de Paris e a alguns dias de um novo aumento na energia elétrica, o WWF-Brasil
lança o estudo “Mecanismos de Suporte para Inserção da Energia Solar Fotovoltaica
na Matriz Elétrica Brasileira: modelos e sugestão para uma transição
acelerada”. A publicação está disponível gratuitamente aqui.
Baseado em trabalhos acadêmicos desenvolvidos na
Universidade de Brasília, o material é dividido em duas partes: na primeira,
apresenta um panorama da concessão de incentivos para a geração de energia fotovoltaica
(quando a eletricidade é gerada por paineis solares localizados em telhados de
residências e escritórios, por exemplo) em vários países do mundo e sugestões
de quais incentivos manter no Brasil. Em seguida, mostra que é possível reduzir
as emissões e ainda economizar, trazendo um modelo de redução gradual do uso de
termelétricas fósseis com aumento da oferta de energia fotovoltaica com
vantagens econômicas de bilhões de reais em apenas cinco anos.
Vantagens do modelo:
- Mais
segurança para o setor energético brasileiro: a produção de energia no
Brasil é hoje extremamente concentrada. Poucas usinas geram a maior parte
da energia consumida;
- Possível
redução nos custos de transmissão de energia (a geração se dá próxima ao
local de consumo) e melhora no desempenho do sistema nos horários de pico
vespertinos;
- Menos
emissão de gases de efeito estufa. A energia termelétrica que vem sendo
contratada gera por ano 21,2 milhões de toneladas de CO2. No caso da
fotovoltaica, a poluição está relacionada ao processo de fabricação dos
componentes, que têm vida útil estimada de 25 anos;
- Mais
empregos: vários países demonstraram que a energia fotovoltaica traz o
efeito positivo da geração de grande quantidade de empregos. A energia
solar fotovoltaica está entre as fontes que mais geram empregos por
megawatts instalado;
- Menos
custo para o governo: após os cinco anos iniciais, teríamos uma economia
de R$ 150 bilhões de recursos públicos em vinte anos (ou seja, R$ 7,5
bilhões por ano).
Evento contou também com facilitação gráfica. Foto:
© Ricardo Fujii / WWF-Brasil.
De acordo com o coordenador do Programa Mudanças
Climáticas e Energia do WWF-Brasil, André Nahur, “nesse momento em que o Brasil
anuncia suas metas de redução de emissões, o estudo é um exemplo de que, com os
incentivos adequados, podemos fazer ainda mais, reduzindo custos do governo e
para a população, ao mesmo tempo em que reduzimos nossas emissões, caminhando
para um cenário de energia cada vez mais limpa”.
Diálogos Energéticos
Essa publicação foi baseada nas dissertações de
Helena Magalhães Mian e Vítor Augusto de Souza Mota e foi lançada no
encerramento da série de seminários Diálogos Energéticos, promovido pelo
WWF-Brasil. O ciclo de debates ocorreu de junho a setembro de 2015 e foi
composto por três seminários com temas distintos, trazendo sempre diferentes
setores para debater temas relacionados à energia sustentável.
O evento final, cujo tema era exatamente
Investimento de Impacto em Energia: financiamento e viabilidade financeira,
teve abertura do secretário-geral do WWF-Brasil, Carlos Nomoto, e do diretor de
relações institucionais da Febraban, Mário Sérgio Vasconcelos; além de
palestras individuais de Pedro Gamio, ex-viceministro de Energia do Peru, e
Arnaldo Vieira de Carvalho, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Nos debates nacionais, o financiamento de negócios sustentáveis em Energia foi
comentado por representantes da consultoria Clean Energy Latin America
(CELA), da Empresa Brasileira de Energia Solar (EBES) e da Nova Investimentos,
enquanto a última mesa, de financiamento para eficiência energética e para o
consumo sustentável, teve a presença do Banco do Brasil, Itaú e Santander. O
seminário teve transmissão ao vivo e está disponível na íntegra no canal do
WWF-Brasil no YouTube.
Fonte: WWF Brasil
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