Combate à
corrupção é condição para o desenvolvimento.
Foto: Clovis Fabiano
A corrupção destrói, exclui, tira oportunidades e
diminui o IDH nos locais onde ocorre.
O combate permanente à corrupção e ao descontrole
das finanças públicas é o principal papel do ministro Valdir Simão, que dirige
a Controladoria Geral da União (CGU), que participou do último dia de
Conferência Ethos 360° 2015. Para ele a corrupção é uma aliada do atraso e da
pobreza.
Simão, que também foi auditor da Receita Federal, apresentou
os custos intangíveis provocados pela corrupção, como o custo de impacto no
desenvolvimento e o custo na qualidade de vida familiar. “Estes impactos
intangíveis levam desesperança à população, que acaba por desacreditar na
figura pública e no governo”. Explicou.
O combate à corrupção deve levar em conta um forte
trabalho junto a agentes públicos, que são as conexões entre o Estado e as
empresas privadas. Para Simão, o habitat da corrupção está nessas relações, e
para se combater o mal é preciso trabalhar as relações éticas desse público e
desconstruir a sensação de impunidade que permeia esse diálogo entre entes
públicos e privados.
“É preciso cuidado com a burocracia”, advertiu o
ministro, que vê no excesso de procedimentos e caminhos intricados uma porta
aberta para a corrupção. Reduzir as oportunidades, segundo ele, é a diretriz
para a Agenda de Enfrentamento da Corrupção do CGU, que abraça como vertentes a
prevenção, detecção e punição.
Desde a implementação da Lei 2846/2013 –
Anticorrupção, mais de 30 processos judiciais já foram promovidos entre grandes
companhias, algumas delas correm o risco de ser extintas. Até agosto deste ano,
350 servidores privados foram demitidos. Valdir Simão defendeu ainda a redução
da TIR (Taxa Interna de Retorno) nas campanhas de financiamento às Eleições e
concordou com Jorge Abrahão, diretor-presidente do Instituto Ethos, ao afirmar
que a corrupção está ligada aos políticos e empresários.
O Guia do Programa de Integridade para empresas
privadas, elaborado pela CGU, está disponível, desde ontem (22/09), para
download na internet no site do órgão público. O Programa contém pilares onde
as empresas privadas podem e devem se respaldar:
- compromisso
da autoadministração,
- definição
clara da instância responsável pela administração,
- correta
avaliação de riscos considerando perfil da empresa e áreas,
- enumeração
dos riscos objetivando criação de medidas.
“O Guia funciona como indicativo para o combate à
corrupção. E, seguramente, será a base para as empresas estatais também”,
afirmou Simão. Para ele, este processo de aprendizado vai ajudar a restaurar a
confiança dos cidadãos no Estado.
“Sem dúvida, é um processo doloroso que significa
um compromisso com o futuro, onde a transparência é o Norte a ser perseguido”,
concluiu o ministro Valdir Simão.
Fonte: Instituto Ethos
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