sábado, 17 de outubro de 2015

Combate à corrupção é condição para o desenvolvimento.
Foto: Clovis Fabiano

A corrupção destrói, exclui, tira oportunidades e diminui o IDH nos locais onde ocorre.

O combate permanente à corrupção e ao descontrole das finanças públicas é o principal papel do ministro Valdir Simão, que dirige a Controladoria Geral da União (CGU), que participou do último dia de Conferência Ethos 360° 2015. Para ele a corrupção é uma aliada do atraso e da pobreza.

Simão, que também foi auditor da Receita Federal, apresentou os custos intangíveis provocados pela corrupção, como o custo de impacto no desenvolvimento e o custo na qualidade de vida familiar. “Estes impactos intangíveis levam desesperança à população, que acaba por desacreditar na figura pública e no governo”. Explicou.

O combate à corrupção deve levar em conta um forte trabalho junto a agentes públicos, que são as conexões entre o Estado e as empresas privadas. Para Simão, o habitat da corrupção está nessas relações, e para se combater o mal é preciso trabalhar as relações éticas desse público e desconstruir a sensação de impunidade que permeia esse diálogo entre entes públicos e privados.

“É preciso cuidado com a burocracia”, advertiu o ministro, que vê no excesso de procedimentos e caminhos intricados uma porta aberta para a corrupção. Reduzir as oportunidades, segundo ele, é a diretriz para a Agenda de Enfrentamento da Corrupção do CGU, que abraça como vertentes a prevenção, detecção e punição.

Desde a implementação da Lei 2846/2013 – Anticorrupção, mais de 30 processos judiciais já foram promovidos entre grandes companhias, algumas delas correm o risco de ser extintas. Até agosto deste ano, 350 servidores privados foram demitidos. Valdir Simão defendeu ainda a redução da TIR (Taxa Interna de Retorno) nas campanhas de financiamento às Eleições e concordou com Jorge Abrahão, diretor-presidente do Instituto Ethos, ao afirmar que a corrupção está ligada aos políticos e empresários.

O Guia do Programa de Integridade para empresas privadas, elaborado pela CGU, está disponível, desde ontem (22/09), para download na internet no site do órgão público. O Programa contém pilares onde as empresas privadas podem e devem se respaldar:
  • compromisso da autoadministração,
  • definição clara da instância responsável pela administração,
  • correta avaliação de riscos considerando perfil da empresa e áreas,
  • enumeração dos riscos objetivando criação de medidas.
“O Guia funciona como indicativo para o combate à corrupção. E, seguramente, será a base para as empresas estatais também”, afirmou Simão. Para ele, este processo de aprendizado vai ajudar a restaurar a confiança dos cidadãos no Estado.

“Sem dúvida, é um processo doloroso que significa um compromisso com o futuro, onde a transparência é o Norte a ser perseguido”, concluiu o ministro Valdir Simão.


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