Projeto
de lei do Desmatamento Zero é entregue ao Congresso.
A funkeira Valesca Popozuda esteve no Congresso
para demonstrar seu apoio ao Desmatamento Zero. Foto: © Adriano Machado /
Greenpeace.
É a primeira vez que a sociedade leva à casa uma
proposta de lei pelo fim do desmatamento nas florestas do País. O projeto conta
com o apoio de ONGs, entidades religiosas, artistas e mais de 1,4 milhão de
brasileiros.
Crianças, homens e mulheres, árvores, bichos e
plantas tomaram o Salão Verde do Congresso Nacional para dar um recado claro:
chega de derrubar nossas florestas. Chega de comprometer nosso futuro! Assim,
representando o que o Brasil tem de melhor, o Greenpeace, voluntários e
parceiros entregaram à Casa Legislativa o Projeto de Lei pelo Desmatamento Zero.
O momento histórico é resultado da mobilização de
mais de 1,4 milhões de brasileiros que, desde 2012, vem coletando assinaturas,
para levar o projeto ao Congresso Nacional. O ato de entrega da proposta, que
proíbe o corte de florestas nativas no Brasil, ocorreu na tarde desta
quarta-feira e contou com a presença de representantes de entidades religiosas
e movimentos sociais, além de personalidades como os atores Caio Blat, Jorge
Pontual, Paulo Vilhena, Maria Paula, a pintora e cantora Luísa Matsushida
(Lovefoxxx) e da funkeira Valesca Popozuda.
“Verdadeiramente acredito que podemos criar um
futuro melhor para nossos filhos e para as gerações futuras protegendo os
maiores bens do planeta Terra. Se cada um fizer a sua parte, construiremos esse
futuro juntos”, defende Letícia Spiller, atriz e embaixadora do Greenpeace pelo
Desmatamento Zero.
Para marcar o momento, ativistas do Greenpeace
realizaram uma intervenção artística no Salão Verde do Congresso, com a
montagem de um mural de 2,16 de altura por 6,71 de comprimento, formada por
mais de 6 mil fotos enviadas pelas pessoas que colaboraram com a campanha, com
a mensagem “Desmatamento Zero já!”.
A imagem é formada por 6 mil fotos de pessoas que
assinaram pelo Desmatamento Zero. Foto: © Adriano Machado / Greenpeace.
“São milhares de brasileiros dizendo que não
toleram mais o desmatamento. Entregamos este projeto ao Congresso e está na
hora deles refletirem o desejo da população. Temos espaço para nos desenvolver
sem derrubar nossas florestas”, diz Cristiane Mazzetti, da campanha Amazônia do
Greenpeace. “A democracia se faz com a garantia de acesso aos recursos naturais
à todos, destas e das futuras gerações. Por isso, acabar com a destruição de
nossas florestas é essencial”, afirma.
“Assinei a petição em 2012 e confesso que tinha
certa ansiedade de vê-la concluída. Certamente este será um passo importante
para o objetivo de zerar o desmatamento no Brasil e aí começar um novo projeto
de desenvolvimento para o país, que não seja fundamentado na destruição
ambiental. É um grande momento para nós da Amazônia, para a sociedade
brasileira e eu diria que para o mundo todo”, disse o senador João Capiberibe
(PSB/AP).
Recentemente, algumas das maiores ONGs do Brasil publicaram em conjunto um manifesto
em favor do Desmatamento Zero, considerado pelo grupo como “necessário e
factível”. A destruição das florestas, somada às mudanças climáticas, pode
provocar secas prolongadas em diferentes regiões do Brasil e reduzir a produção
agrícola brasileira, gerando um grande impacto econômico e social. Já em 2020 a
produção agrícola poderá sofrer um prejuízo anual na ordem de R$ 7,4 bilhões,
como consequência da redução de chuvas em diferentes regiões. A escassez afeta
também a geração de energia hidroelétrica e compromete o abastecimento de água
e a qualidade de vida para milhões de pessoas que vivem nas grandes cidades.
“Este projeto reabre uma discussão importante aqui
dentro, para que possamos confrontar aqueles que não tem noção dos direitos
difusos da sociedade e até dos seus próprios benefícios, como os ruralistas,
que também saem perdendo com o desmatamento, já que a destruição florestal
prejudica o regime de chuvas”, aponta o deputado José Sarney Filho, (PV/MA),
líder da Frente Parlamentar Ambientalista. “Espero que o projeto possa
mobilizar e sensibilizar o Congresso Nacional. É um momento importante para que
possamos continuar pressionando, não apenas por pequenas mudanças e costuras de
apêndices, mas pensar em uma mudança profunda”, afirma Dom Guilherme Antônio
Werlang, da CNBB.
A entrega do projeto marca um importante momento na
luta para salvar as florestas, mas apenas com apoio de todos os setores da
sociedade conseguiremos levá-lo adiante. O Brasil precisa parar de enxergar
suas florestas como um empecilho ao desenvolvimento e passar a encará-las como
essenciais para o futuro do país e da estabilidade do clima mundial. Todos
juntos para que o Desmatamento Zero vire realidade no Brasil.
Se você ainda não assinou a petição pelo
Desmatamento Zero, pode assiná-la aqui.
Fonte: Greenpeace Brasil
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