Pescadores
atingidos pela usina de Belo Monte ficam sem rio e sem peixe.
Atlas detalha os impactos vivenciados pelos
pescadores depois de quatro anos da construção de Belo Monte.
Por Letícia Leite, do ISA –
O ISA lança hoje o mais recente diagnóstico sobre
os impactos que a usina hidrelétrica de Belo Monte trouxe para a vida dos
pescadores da região do entorno da hidrelétrica que está sendo erguida no rio
Xingu, no Pará.
O Atlas dos Impactos da UHE Belo Monte Sobre a
Pesca chega no momento que o corpo técnico do Ibama desaprovou a efetividade
das condicionantes da Licença de Operação de Belo Monte. O Atlas traz um recado
claro: não se pode admitir que o Ibama autorize a operação da usina sem a
devida compensação de pescadores indígenas e ribeirinhos pelos danos sofridos
desde o início da instalação da usina.
A publicação aponta omissões do monitoramento de
impactos feito exclusivamente pelo empreendedor. Relatórios emitidos pelo
empreendedor concluem que a pesca no Rio Xingu não sofreu impacto em
decorrência da usina. Os pescadores indígenas e ribeirinhos de toda a região
confirmam que o peixe está sumindo rapidamente em meio à água que está mais
turva, às luzes das obras que ficam acesas à noite e às explosões de dinamites.
Excluídos do mapa de compensações do licenciamento ambiental, os atingidos
ganham voz no Atlas, narram disputas entre pescadores tradicionais por
recursos, áreas de pesca desaparecidas e condições alarmantes de insegurança
alimentar e extinção do modo de vida.
O Atlas foi realizado através de uma parceria com
as colônias de pescadores de Altamira e Vitória do Xingu, Associação Yudjá
Mïratu, da Volta Grande do Xingu (AIMIX), Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da
Universidade Federal do Pará (NAEA/UFPA) e Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp). A publicação foi lançada ontem na cidade de Altamira com a presença
dos organizadores da publicação, presidentes da colônia de pescadores de
Altamira e Vitória do Xingu e pesquisadores convidados.
Acesse o Atlas dos Impactos da UHE Belo Monte
Sobre a Pesca.
Fonte: Instituto
Socioambiental
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