segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A natureza como inspiração.
Foto: Thiago Lopes

Disney cria preço de carbono para contabilidade interna e investe na redução de consumo de energia, água e no menor descarte de resíduos.

Como reduzir significativamente a pegada ambiental e trazer esse objetivo para o centro do negócio? Como engajar consumidores e fornecedores? Como fazer tudo isso de forma divertida e inovadora? Foram estas as questões que permearam o diálogo “O Desafio de Inspirar e Influenciar Pessoas e Empresas”, conduzido por Beth Stevens, vice-presidente de Cidadania Corporativa, Meio Ambiente e Conservação da Walt Disney Company, em 23/9, segundo dia da Conferência Ethos 360º 2015.

Em 2009, a Disney estabeleceu metas ambientais ambiciosas de lixo zero, conservação de água e redução das emissões de gases de efeito estufa. Em 2014, a companhia já havia excedido as metas iniciais, com uma redução de 50% das emissões e 10% do consumo de energia elétrica.

“A preocupação da Disney com as crianças e com a família vai muito além da diversão. Temos responsabilidade de construir um futuro melhor. Uma vez que os recursos naturais não são inesgotáveis, precisamos de metas inteligentes”, destacou Stevens. “Em tudo o que fazemos e na nossa forma de fazer, usamos o conceito de environmentality’ (ambientalidade), termo que criamos para expressar nossa cultura sustentável. Somos uma empresa global e precisamos estar constantemente atentos aos nossos impactos ambientais, buscando um progresso significativo na redução de resíduos, mitigação dos impactos das mudanças climáticas, uso sustentável da água e proteção dos animais”, disse.

A Disney foi uma das primeiras empresas a estabelecer o preço interno para o carbono dentro do negócio, como incentivo às inovações. “Quanto menos cada empresa emitir, menos pagarão à companhia. Isso é escalonável”, destacou Stevens.

A empresa investe em inovação, que impacta na redução de custos e no aumento da eficiência. Para exemplificar, Stevens apresentou o caso do castelo da Cinderela em Orlando, que possui mais de 170 mil lâmpadas LED, com um consumo equivalente a quatro maquinas de café. Além disso, a empresa investe na utilização de combustíveis alternativos para os barcos, trens e ônibus, e na redução de consumo da água. “Atualmente, 30% das necessidades da Disney são atendidos com a reutilização da água. A taxa fica ainda mais significativa quando observada a manutenção dos campos e flores: 80% da irrigação são feitos com água de reúso”, informou.

Com relação às metas de lixo zero, a companhia direcionará para a reciclagem, até 2020, 60% dos resíduos que vão hoje para incineração e aterros. Há também altos investimentos no design inteligente dos brinquedos, que visa a redução das embalagens, com impactos na diminuição dos resíduos gerados, do espaço que ocupam na prateleira e o custo.

Além dessas ações internas, a Disney investe também na manutenção e recuperação da Floresta Amazônica e da savana africana, incluindo a proteção dos animais com risco de extinção, e em programas educacionais em mais de 60 países.

“Uma parte do que é arrecadado na primeira semana de cada filme da Disney vai para ações de sustentabilidade. No Brasil já foram plantadas 3 milhões de árvores com esse recurso”, exemplificou Stevens. “A natureza é a fonte de inspiração de todos os nossos desenhos”, explicou.


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