sábado, 11 de abril de 2015

Projeto-piloto de geração de energia solar em reservatórios começa em 120 dias.


Painéis fotovoltáicos flutuantes, instalados em dois reservatórios de água na cidade de Kato, na prefeitura de Hyogo, Japão.

Dentro de 120 dias, o Ministério de Minas e Energia pretende dar início aos testes do projeto-piloto de geração de energia solar em reservatórios de hidrelétricas. Em entrevista coletiva, na sexta-feira (27), na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o ministro Eduardo Braga disse que a ideia é ter uma política pública de financiamento para esses projetos na Região Sudeste, “no segundo semestre deste ano”.

A nova tecnologia usa flutuadores com placas solares e está sendo adotada na Europa e Estados Unidos. O ministro ressaltou, entretanto, que a Europa não dispõe de grandes hidrelétricas. “Estão fazendo isso em pequenos reservatórios de água para usos múltiplos.”

No Brasil, a ideia é testar a tecnologia nos grandes reservatórios. O primeiro deles será o da Usina Hidrelétrica de Balbina, no Amazonas. Braga considera Balbina o reservatório mais favorável, porque tem grande área alagada com reduzida geração de energia. “Temos uma ociosidade de subestação e de linhas de transmissão com circuito duplo. Nós vamos fazer lá os primeiros 350 megawatts (MW) testados.”

Para isso, o ministério está em conversação com a Eletronorte, subsidiária da Eletrobras, que é proprietária da usina, tratando da questão da licença ambiental. A iniciativa requer também a constituição de uma sociedade de propósito específico com os detentores da tecnologia para dar início à experiência piloto.

Braga disse que o custo nos leilões de energia fotovoltaica tem ficado entre R$ 190 e R$ 210 o megawatt. A expectativa do ministro é que o custo da energia solar com os flutuadores fique um pouco mais alto, entre R$ 220 a R$250 o megawatt, em função do custo adicional dos flutuadores. “Esse é um projeto pioneiro, que nós precisamos testar.”

A vantagem, destacou o ministro, é que a energia será captada dentro dos reservatórios, usando subestações e linhas que já existem. “Portanto, teremos uma resposta de geração muito rápida”. Ele aposta que haverá ganho de eficiência e salientou que, só nos reservatórios da Região Sudeste, o potencial de produção de energia solar atinge 15 mil MW, dentro das hidrelétricas. “É mais que uma [Usina de] Itaipu para o Brasil”, disse. A capacidade de geração em Balbina alcança 3 mil MW. O projeto-piloto será 350 MW.


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