Nasce a centésima ararinha-azul.
por
Redação do MMA
Foto: ICMBio
Filhote Centurion nasce no Catar e aumenta as
chances do Ministério atingir a meta para reintroduzir a espécie, considerada
extinta na natureza, na caatinga baiana.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) comemora o
nascimento do centésimo filhote de ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) em
cativeiro. Centurion foi gerado na sede da organização não-governamental (ONG)
Al Wabra Wildlife Preservation, no Catar. No dia 21 março, outra ave nasceu.
Desta vez, em Berlim. Marcus está sob os cuidados da ONG Associação para a
Conservação dos Papagaios Ameaçados (Association for the Conservation of
Threatened Parrots (ACTP).
Considerada extinta na natureza, desde o ano 2000,
todos os indivíduos da espécie encontram-se em cativeiros localizados no Brasil,
na Alemanha e no Catar, parceiros do MMA por meio do Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Cresce assim a possibilidade de atingir o objetivo
para aumentar a população em cativeiro a fim de que seja viável fazer a
reintrodução na natureza. “As restrições genéticas da espécie são um desafio.
Nossos parceiros têm superado os obstáculos, o que nos faz acreditar que
conseguiremos, em breve, retornar a espécie ao seu local de origem: a caatinga
baiana”, comemorou Camile Lugarini, veterinária do Centro Nacional de Pesquisa
e Conservação de Aves Silvestres (Cemave/ICMBio).
Com o nascimento de Centurion, o décimo do ano, a
meta de crescimento da população foi ultrapassada. “Para garantir um
crescimento sustentável da população, é necessário um aumento de 10% ao ano no
número de aves”, explicou o diretor da Al Wabra, Cromwell Purchase. “Alcançamos
esse número pela primeira vez, em 2015. Estamos muito animados. É um marco para
o programa”, apontou Purchase.
Cronograma mantido
O nascimento da centésima ararinha-azul é mais um
importante passo para a recuperação da espécie e permite que o cronograma para
a reintrodução da espécie seja mantido. “As conquistas reforçam a esperança de
voltar a ver as aves voando livres, novamente”, declarou em nota a Al Wabra.
Tiago e Carla, nascidos na Alemanha e trazido para
o Brasil. Foto: ICMBio.
Para que a soltura das aves seja bem-sucedida,
ainda é necessário recuperar o habitat natural das ararinhas-azuis e fazer um
trabalho de educação ambiental com a população local. “A perda de habitat e o
tráfico levaram a ararinha-azul a desaparecer da natureza. Se as pessoas não
caçarem, não comprarem e denunciarem o tráfico de animais silvestres,
seguramente teremos um número menor de espécies em risco de extinção no
Brasil”, destacou Marcelo Marcelino, diretor de Pesquisa, Avaliação e
Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio,.
Projeto
Em 2011, foi lançado o Plano de Ação Nacional para
a Conservação da Ararinha-azul – PAN Ararinha-azul, coordenado pelo Centro
Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres – CEMAVE, do ICMBio. Uma
das ações do PAN é o Programa de Cativeiro. Os animais são mapeados
geneticamente para a formação de casais que tenham maior probabilidade de gerar
filhotes saudáveis.
Além dos criadouros (Association for the Conservation
of Threatened Parrots (ACTP), na Alemanha; Al-Wabra Wildlife Preservation, no
Catar; Nest e Fundação Lymington, no Brasil), que trabalham para garantir a
reprodução da espécie em cativeiro, o projeto conta com a parceria da Vale e de
organizações da sociedade civil sem fins lucrativos, como o Fundo Brasileiro
para a Biodiversidade (Funbio) e a Sociedade para a Conservação das Aves do
Brasil (SAVE Brasil).
* Com informações do ICMBIO/ Edição: Sérgio Maggio.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente
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