Contrabando de vida selvagem e
recursos naturais financia conflitos armados na RD Congo.
por
Redação da ONU Brasil
Todos os anos, recursos como ouro, minerais, madeira,
carvão vegetal e produtos extraídos de animais, como o marfim – avaliados entre
700 milhões e 1,3 bilhão de dólares anualmente -, são explorados e
contrabandeados ilegalmente no leste da República Democrática do Congo.
O governo da República Democrática do Congo,
apoiado pela Missão da ONU no país (MONUSCO), enfrenta uma insurgência política
e o aumento no número de operações ilegais
conduzidas por grupos criminosos militarizados com vínculos transnacionais
envolvidos no contrabando de recursos naturais, revela o relatório do Programa
da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), lançado na última quinta-feira (16).
Avaliados entre 700 milhões e 1,3 bilhão de dólares
anualmente, todos os anos ouro, minerais, madeira, carvão vegetal e produtos da
fauna e flora, tais como o marfim, são explorados e e contrabandeados
ilegalmente da zona de conflito e arredores, no leste do país. Há evidências de
que receitas provenientes dessas operações financiem pelo menos 25 grupos
armados que continuam a desestabilizar a paz e a segurança.
Especialistas estimam que entre 10% e 30% desse
comércio ilegal, ou cerca de 72 a 426 milhões de dólares por ano, vão para
organizações criminosas militares baseadas fora da região leste do RD Congo.
Aproximadamente 98% do lucro com a exploração ilegal dos recursos naturais,
particularmente ouro, carvão vegetal e madeira, terminam nas mãos dessas
organizações criminosas dentro e fora do país.
Em contrapartida, os grupos armados da RD Congo
retêm apenas cerca de 2%, o equivalente a 13,2 milhões de dólares por ano dos
lucros do contrabando.
“Não há espaço para dúvidas: os crimes contra a
vida selvagem e a floresta são sérios e exigem respostas igualmente sérias.
Além da violação do direito internacional e do impacto sobre a paz e segurança,
o crime ambiental rouba dos países receitas que poderiam ser gastas no
desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza”, afirmou Achim
Steiner, subsecretário-geral da ONU e diretor executivo do PNUMA.
O relatório foi elaborado em conjunto pelo PNUMA,
MONUSCO e o escritório do enviado especial para a região dos Grandes Lagos, e
conta com dados de um grande número de especialistas, incluindo o Escritório da
ONU sobre Drogas e Crime (UNODC), INTERPOL, o Grupo da ONU de especialistas
sobre a RD Congo, agências do governo e organizações não governamentais.
Fonte: ONU Brasil
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