Desastre no Golfo do México
completa cinco anos.
por
Greenpeace Brasil
Plataforma Deepwater Horizon, da British Petroleum,
explodiu e causou o vazamento de bilhões de barris de petróleo. Foto: ©Daniel
Beltrá/Greenpeace.
O pior vazamento de petróleo da história completa
cinco anos. As consequências de quase 5 milhões de barris de petróleo
derramados no mar ainda são vistas hoje.
Há cinco anos, o pior vazamento de petróleo
acontecia no Golfo do México. A plataforma Deepwater Horizon, da petrolífera
inglesa British Petroleum (BP), explodiu e provocou a morte de sete trabalhadores
e o vazamento de cerca de 5 milhões de barris de petróleo no mar. Para se ter
uma ideia do tamanho do vazamento, esse número representa quase o dobro da
produção diária brasileira. Infelizmente, este desastre não foi o suficiente
para que a exploração de petróleo em alto mar passasse a ser encarada como
perigosa e nada segura.
“Trata-se de uma atividade perigosa e arriscada que
pode tirar vidas e causar danos irreversíveis ao meio ambiente. E o Brasil não
está imune a esse tipo de acidente”, diz Thiago Almeida, da campanha de Clima e
Energia do Greenpeace Brasil. “Em fevereiro, tivemos a explosão de um
navio-plataforma da Petrobras que causou a morte de nove trabalhadores.
Perdemos vidas para explorar uma fonte fóssil e altamente poluente quando poderíamos
investir em fontes renováveis como energia solar e eólica.”
No acidente da BP, o petróleo vazou no Golfo do
México durante 87 dias, se espalhou por mais de 1.500 km no litoral
norte-americano, contaminou e matou milhares de animais. Os efeitos do
vazamento ainda estão presentes até hoje e compostos químicos do petróleo são
encontrados em animais, inclusive, em ovos de pássaros que se alimentam na
região. Há também impactos socioeconômicos como a perda de dezenas de bilhões
de dólares das indústrias da pesca e do turismo na costa sul dos Estados
Unidos.
Após o acidente, a BP se responsabilizou apenas por
metade do vazamento – não indicando quem seria o culpado pelos outros tantos
bilhões de litros de petróleo que foram parar no mar. A limpeza começou pouco
depois do acidente e de acordo com a petrolífera, mais de US$14 bilhões já
foram gastos para mitigar os efeitos do vazamento. Em setembro de 2014, a
empresa recebeu uma multa por “grave negligência ao desastre”.
No Brasil, falta transparência e conhecimento das
autoridades públicas sobre o que acontece com a exploração de petróleo na costa
brasileira. Segundo um relatório do TCU, apenas 4% de todas as ocorrências em
plataformas de petróleo entre 2009 e 2011 foram verificadas pela Agência
Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. “Precisamos reduzir nossa
dependência e o consumo de petróleo. Uma solução é implementar medidas de
eficiência energética veicular e investir em mobilidade urbana”, conclui
Almeida.
Fonte: Greenpeace Brasil
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