China está prestes a superar EUA
como principal causador do aquecimento global.
por Redação do EcoD
A China está prestes a superar os Estados Unidos
como a principal causa do aquecimento global provocado pelo homem desde 1990,
ano de referência para a ação sobre mudanças climáticas liderada pela ONU,
informou nesta segunda-feira, 13 de abril, a agência Reuters.
As emissões de gases do efeito de estufa
acumuladas pela China desde 1990, quando os governos foram se conscientizando
das alterações climáticas, vão superar as dos Estados Unidos em 2015 ou 2016,
de acordo com estimativas separadas de especialistas na Noruega e dos EUA, o
que significa uma guinada histórica que pode aumentar a pressão sobre Pequim
para adotar medidas de combate ao problema.
A mudança, que reflete o crescimento econômico da
China nos últimos anos, levanta questões sobre a sua responsabilidade histórica
pelo aumento das temperaturas relacionado com inundações, desertificação, ondas
de calor e elevação do nível do mar.
Em dezembro, quase 200 nações se reunirão em
Paris, durante a COP21, rumo a um acordo climático global pós-2020.
“Há alguns anos as emissões per capita da China
eram baixas, sua responsabilidade histórica era baixa. Isso está mudando
rapidamente”, observou Glen Peters, do Centro Internacional para Pesquisa do
Clima e do Meio Ambiente-Oslo (Cicero, na sigla em inglês), segundo o qual a
China ultrapassará em total os Estados Unidos este ano.
Emissões acumuladas
Ao utilizar dados ligeiramente diferentes, o
World Resources Institute, consultoria com sede nos EUA, estima que as emissões
de dióxido de carbono acumuladas pela China totalizarão 151 bilhões de
toneladas no período 1990-2016, ultrapassando no ano que vem o total dos EUA,
de 147 bilhões.
O aumento das emissões cumulativas “obviamente
expõe a China a demandas de responsabilidade por parte de outros países em
desenvolvimento”, destacou Daniel Farber, professor de direito da Universidade
da Califórnia, em Berkeley.
Em um princípio estabelecido pela ONU em 1992,
cabe aos países ricos reduzirem as emissões de gases de efeito estufa porque a
sua riqueza é baseada na queima de carvão, petróleo e gás natural desde a
Revolução Industrial, iniciada no século 18.
Pobres x Ricos
Os países emergentes, por sua vez, podem queimar
mais combustíveis fósseis para se equipararem em desenvolvimento e acabar com a
pobreza. Contudo, o rápido desenvolvimento econômico de China, Índia, Brasil e
muitos outros países emergentes abala a tradicional divisão entre ricos e
pobres.
“Todos os países têm agora a responsabilidade.
Não é apenas uma história sobre a China. É uma história sobre o mundo todo”,
disse Ottmar Edenhofer, do Instituto Potsdam de Pesquisa sobre o Impacto
Climático e copresidente de um relatório da ONU sobre o clima, no ano passado.
Em 2020 a Índia irá ultrapassar as emissões
cumulativas da Rússia desde 1990 e se classificar em quarto lugar, atrás de
China, Estados Unidos e da União Europeia, de acordo com os cálculos da Cícero.
A China ultrapassou os Estados Unidos como o
maior emissor mundial anual de dióxido de carbono por volta de 2006, e agora
emite dióxido de carbono por ano do que os Estados Unidos e a União Europeia
juntos. As emissões per capita de seu 1,3 bilhão de habitantes se equiparam aos
níveis da UE.
Fonte: EcoD
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