Governo alemão decide liberar o
fraturamento hidráulico (fracking).
Fraturamento
hidráulico, técnica polêmica de extração de combustível do subsolo, só será
permitido em áreas restritas e para fins de teste. Projeto é alvo de críticas
mesmo dentro do governo.
O governo da Alemanha decidiu nesta quarta-feira
(01/04) permitir o fraturamento hidráulico (também conhecida como fracking),
polêmica técnica de extração de combustível do subsolo, mas somente em áreas
restritas e para fins de teste.
De acordo com a proposta do governo, a ser ainda
apresentada ao Parlamento, o fraturamento hidráulico deve ser proibido nas
regiões consideradas como sensíveis, tais como parques naturais ou áreas de
perfuração de poços para obtenção de água, e em profundidades superiores a 3
mil metros. No entanto, o projeto de lei permite exceções, como testes
científicos, e não elimina a possibilidade de uso comercial da técnica a partir
de 2018.
A opinião pública alemã continua hostil em
relação ao plano, criticado por ambientalistas, sindicatos e até mesmo igrejas.
Há uma forte resistência dentro da própria coalizão de governo, que detém 504
dos 631 assentos do Parlamento alemão.
“Muitos dos meus colegas deputados não votarão a
favor do projeto de lei na sua forma atual”, observou Andreas Mattfeldt,
deputado partido CDU, de Angela Merkel.
Alguns membros do SPD, que é parceiro de
coligação, também exigiram que a proposta seja alterada.
A extração de combustíveis líquidos e gasosos por
fraturamento hidráulico é considerada uma alternativa diante do esgotamento das
reservas naturais mais acessíveis. Para extrair o combustível, é preciso
“explodir” as rochas.
O processo começa com uma perfuração de um poço.
Após atingir uma profundidade de mais de 1,5 mil metros, uma bomba injeta água
com areia e produtos químicos em alta pressão, o que amplia as fissuras na
rocha. O procedimento liberta o gás ou petróleo aprisionado, que flui para a
superfície e pode, então, ser recolhido.
Críticos afirmam que o processo é prejudicial ao
meio ambiente e pode poluir lençóis de água potável.
A ministra alemã do Meio Ambiente, Barbara
Hendricks, afirmou que o governo não tem a intenção de suspender quaisquer
proibições. “Exatamente o oposto: muitas coisas que eram possíveis antes, agora
estão proibidas”, afirmou.
Ao mesmo tempo, Hendricks se posicionou contra a
proibição total do fraturamento hidráulico, dizendo que isso iria contra os
princípios da Constituição alemã.
Fonte: Deutsche Welle
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