Tecnologia social transforma
pesca do camarão em atividade sustentável no Pará.
Tecnologia social premiada pela Fundação BB
melhorou a qualidade do pescado e aumentou o valor de venda. Hoje o projeto
conta com 200 viveiros, atende a 400 famílias na região.
Com a adoção de técnicas simples e consciência
ambiental, pescadores de camarão da Ilha das Cinzas, município de Gurupá (PA),
a 349 quilômetros de Belém, melhoraram a qualidade da pesca na região por meio
do uso do Matapi Ecológico, um instrumento para pesca adaptada que permite que
apenas os camarões grandes sejam capturados. Desta forma, os camarões menores –
ainda não aptos para o consumo – conseguem sair, o que permite preservar a
espécie. O projeto Manejo Comunitário de Camarão de Água Doce, criado pela
Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Ilha das Cinzas (ATAIC) foi o
vencedor do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social em 2005, na
categoria Região Norte.
A tecnologia social potencializou os saberes
locais e valorizou o trabalho das mulheres na produção dos matapis,
confeccionados com tala do jupati – palmeira da família das Arecáceas – e
complementado com nylon. Além disso, com a adoção da técnica, a qualidade do
pescado melhorou e fez o valor de venda aumentar de R$ 0,80 o quilo, em 1997,
quando ainda não era utilizada, para R$ 10 nos dias atuais.
Após a premiação da Fundação BB, a tecnologia
ganhou ainda mais força para investir na preservação dos estoques naturais e,
com isso, foi possível expandir para outras cinco comunidades do Marajó –
Cojuba, Arapapá, Sarapoí, Aruãs e Icatu. Hoje o projeto conta com 200 viveiros,
atende 400 famílias e não se limita mais ao camarão: trabalha também com o
manejo integrado dos recursos ambientais da região, como açaí e pescado, além
de ações relacionadas à promoção de saúde e educação.
Josineide Malheiros, que trabalha no projeto
desde a criação, conta que a premiação tornou possível realizar diversas
atividades, entre elas, o encontro regional de mulheres; o estudo de mercado do
camarão; o manejo da plantação de açaí e a aquisição de equipamentos de manejo
florestal e de pesca; assim como a compra de insumos para os pescadores. Por
meio de outra parceria com a Fundação BB, o projeto foi contemplado também com
uma estação digital, com 20 computadores que atendem a toda a comunidade.
Fonte: Fundação BB
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