Relatora da ONU disse que é
importante preparação para evitar falta d’água.
Catarina de Albuquerque falou sobre relatório
sobre situação no Brasil apresentado em setembro; ela afirmou “ser fundamental
em tempo de abundância planejar e preparar para tempos de escassez”.
Foto: Banco Mundial/Eric Miller.
Por Edgard Júnior, da Rádio ONU
em Nova York.
A relatora independente da ONU para o Direito à
Água e ao Saneamento, Catarina de Albuquerque, afirmou “ser importante os
países e governos se prepararem para evitar a falta d’água”.
Em entrevista à Rádio ONU, esta quinta-feira,
aqui em Nova York, Albuquerque falou sobre o relatório que apresentou sobre sua
visita ao Brasil, no ano passado.
Fundamental
“Aquilo que eu disse na altura, eu digo agora e é
o que digo relativamente a qualquer país que tenha problemas de escassez de
água. É fundamental em tempo de abundância planejar e prepararmos para tempos
de escassez, tempos de escassez de água, de recursos. Tem que se investir em
infraestruturas, e tem que se muito claramente ter um quadro normativo e
político que permita estabelecer que em tempo de escassez, a prioridade é para
as pessoas.”
A relatora independente da ONU citou também o
problema da falta d’água em São Paulo.
“É o que eu digo também no caso de São Paulo. Era
importante ter havido mais planejamento, mais investimento em infraestruturas,
sendo certo que essa crise hídrica foi além de qualquer previsão. Mas a verdade
é que com as alterações climáticas nós estamos fazendo face cada vez mais a
eventos climatéricos extremos, vamos da seca para as inundações.”
Detroit
Catarina de Albuquerque falou sobre sua visita
aos Estados Unidos, especificamente à cidade de Detroit, onde recomendou às
autoridades que restabeleçam o fornecimento de água para as famílias mais
pobres.
Segundo ela, 40% da população vive abaixo da
linha da pobreza e muitos estão desempregados e por isso não podem pagar a
conta d’água.
Em pronunciamento a 3ª Comissão da ONU, a
relatora citou o processo de participação da população em questões ligadas a
decisões importantes adotadas pelos governos.
Livro
Ela disse que os países devem incentivar essa
participação popular. Para Albuquerque, os programas implementados pelos
governos têm melhores resultados quando as pessoas são ouvidas.
A relatora lançou essa semana um livro que serve
como um manual sobre os direitos à água e ao saneamento. Ele cita exemplos de
temas de boas práticas de vários países e de obstáculos enfrentados nesses
processos.
Catarina de Albuquerque disse que a obra tenta
ser mais ativa e interativa com o objetivo de desmistificar o que é o direito
humano à água e dar dicas concretas para a implementação desse direito.
Fonte: EcoDebate
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