Estudo vincula exposição
intrauterina a poluição emitida por automóveis a problemas respiratórios na
infância.
Mulheres expostas a altos níveis de poluição
emitida por automóveis no segundo trimestre de gravidez correm um risco maior
de dar à luz uma criança com problemas pulmonares, alertaram cientistas em um
novo estudo [Intrauterine and early postnatal exposure to outdoor air
pollution and lung function at preschool age]. Por Por Richard INGHAM, da AFP,
no Yahoo Notícias, com informações adicionais
do EcoDebate.
Em uma pesquisa de longo prazo, cientistas de
Barcelona recrutaram 1.295 mulheres grávidas, que fizeram acompanhamento em
clínicas de pré-natal em Sabadell, na Catalunha, e em Gipuzkoa, no País Basco
(noroeste do país).
Eles mediram dois poluentes produzidos por
automóveis – o benzeno e o óxido nitroso – em áreas residenciais das mulheres
em épocas diferentes de sua gestação.
Os pesquisadores usaram esses dados para criar um
modelo da exposição feminina e também para seus filhos durante o primeiro ano
de vida.
O modelo levou em conta diferenças geográficas,
climáticas, de densidade populacional e a época do ano.
Aos quatro anos e meio de idade, as crianças
tiveram sua capacidade pulmonar verificada, inflando um dispositivo chamado
espirômetro.
Seiscentas e vinte crianças em idade pré-escolar
foram examinadas, e muitas outras não conseguiram soprar adequadamente o
dispositivo.
Segundo o estudo, os filhos de mulheres expostas
a níveis mais elevados de benzeno durante o quarto ao sexto mês de gravidez
mostraram ser 22% mais propensas a ter a função pulmonar debilitada do que
aqueles de áreas menos poluídas.
No caso do óxido nitroso, o risco foi 30% maior.
O vínculo foi mais acentuado em crianças
alérgicas, ou naquelas de classes sociais menos favorecidas.
A pesquisa revelou, contudo, que os níveis de
exposição à poluição do tráfego no primeiro ano de vida não fez diferença no
vigor pulmonar.
Os resultados “sugerem que a exposição aos
poluentes do ar relacionados com o tráfego durante o período pré-natal poderia
impactar de forma negativa o pulmão em desenvolvimento”, destacaram os autores
em artigo publicado no periódico “Thorax”.
Assim, reduzir a poluição do tráfego resultaria
em “benefícios substanciais para a saúde”, acrescentaram.
A equipe de pesquisas, chefiada por Eva Morales,
do Centro de Pesquisas de Barcelona sobre Epidemiologia Ambiental (CREAL),
acredita ter sido a primeira a dar uma visão de longo prazo sobre como a
poluição do ar durante a gravidez afeta os pulmões de uma criança.
O estudo levou em conta se um dos pais ou ambos
fumaram antes ou durante a gestação. Não se considerou, entretanto, se as mães
foram expostas a gás, poeira ou fumaça no trabalho durante a gravidez, nem se
mediu a exposição a particulados, outro conhecido poluente produzido pelos
automóveis.
Referência:
Intrauterine and early postnatal exposure
to outdoor air pollution and lung function at preschool age.
Eva Morales, Raquel Garcia-Esteban,
Oscar Asensio de la Cruz, Mikel Basterrechea, Aitana Lertxundi, Maria D
Martinez López de Dicastillo, Carlos Zabaleta, Jordi Sunyer.
Thorax thoraxjnl-2014-205413
Thorax thoraxjnl-2014-205413
Published Online First: 20 October 2014
doi:10.1136/thoraxjnl-2014-205413
http://thorax.bmj.com/content/early/2014/09/05/thoraxjnl-2014-205413.full.pdf+html
http://thorax.bmj.com/content/early/2014/09/05/thoraxjnl-2014-205413.full.pdf+html
Fonte: Yahoo Notícias
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