“Até 2040, o mundo precisa dobrar
a capacidade de produção de energia”, diz especialista.
por Caio
Luiz, para a Carta Capital
Dal Marcondes, Francisco Gaetani, Tasso Azevedo e
Marco Antonio Fujihara.
Em evento promovido por CartaCapital e Instituto
Envolverde, representantes da esfera política e consultores discutiram como
conciliar avanços econômicos e sociais prestando cuidado ao meio ambiente e à
questão climática.
O setor de energia é hoje o responsável por dois
terços das emissões de carbono no mundo, o que inclui indústrias, transportes e
a cadeia relacionada ao segmento. O cálculo foi revelado pelo engenheiro
florestal e consultor social em sustentabilidade Tasso Azevedo durante a última
edição do evento Diálogos Capitais – Inovação e Sustentabilidade, promovido por
CartaCapital nesta terça, 21.
Segundo dados do engenheiro, os últimos dez anos
vêm sendo os mais quentes da história, o que culminará em aumento de dois a
seis graus na temperatura global até o fim do século. “Apesar dos avanços
ambientais do Brasil, estagnamos nas melhorias em 2010 e 2011”, avaliou.
Conforme informações de Azevedo, o setor de transporte é o mais poluente,
seguido de refrigeração e aquecimento e da produção industrial como um todo.
“Até 2040, o mundo precisa dobrar a capacidade de produção de energia para atender
aos três bilhões em serviços ao passo que teremos de reduzir a emissão de
poluentes pela metade.”
Azevedo prevê que 40% do parque nacional de
indústrias tem que ser renovado para que seja menos poluente e mais eficiente e
assim contribua com reaproveitamento energético em todo o globo.
Para o secretário executivo do Ministério do Meio
Ambiente, Francisco Gaetani, o desafio se concentra na qualificação das
estratégias nacionais de produção de energia, pois no Brasil existe a cultura
da abundância de recursos em função das características naturais. “Temos como
diversificar as maneiras de produzir energia no País, mas o problema está em
equilibrar e coordenar estes métodos variados.”
De acordo com o secretário, o planeta não tem como
suportar o nível de consumo dos EUA, por exemplo. É preciso crescer com bases
inclusivas que combatam a pobreza com sustentabilidade. “O governo atua em
frentes distintas para obtenção de energia, sendo que a matriz de abastecimento
dominante é a hidrelétrica”, disse Gaetani ao apontar o Brasil como um dos
protagonistas em acordos ambientais mundiais.
Já o diretor da Key Associados, empresa de soluções
sustentáveis, Marco Antonio Fujihara, insistiu que no escopo energético e
climático, o Brasil carece de imediata reforma no marco regulatório vigente,
bem como na questão tributária. Basicamente, a empresa seleciona iniciativas
que podem ser positivas para melhorar o setor de energia inclusive no aspecto
ambiental.
“Defendo que para financiar as inovações na área
não basta encontrar traquitanas tecnológicas e sim gerir capital para nos
tornar competitivos com acordos jurídicos aprimorados.”
Fonte: Carta Capital
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