Municípios poderão ter mais
quatro anos para acabar com lixões.
por Iara
Guimarães Altafin*
Lixão da Estrutural, em Brasília Edilson
Rodrigues/Agência Senado.
Poderá ser prorrogado até 2018 o prazo para que os
municípios acabem com os lixões. O período fixado em lei para que depósitos de
lixo a céu aberto fossem transformados em aterros sanitários acabou em 2 de
agosto, mas poderá ser ampliado por mais quatro anos por força de artigo
incluído na MP 651/2014.
O texto foi aprovado na noite de terça-feira (14)
pelo Plenário da Câmara e precisa passar pelo Senado até 6 de novembro, caso
contrário a medida provisória perderá a validade. A MP trata de incentivos
tributários, mas os deputados incluíram o novo prazo para fim dos lixões
atendendo a 3,5 mil cidades que ainda não cumpriram a determinação legal.
O texto aprovado também prorroga o prazo dado a
municípios e estados para elaboração de seus planos de gestão de resíduos
sólidos. A tarefa, que deveria ter sido concluída em 2012, agora poderá ser
feita até agosto de 2016.
Desde o início do ano a Confederação Nacional de
Municípios (CNM) pede a prorrogação dos prazos estabelecidos na lei que
instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), alegando
falta de recursos e de técnicos capacitados para a elaboração dos planos de
gestão e para a implantação de sistemas adequados de descarte e reciclagem de
lixo.
Ainda há dúvida, no entanto, quanto ao aval do
governo à prorrogação do prazo. Durante a votação da matéria na Câmara dos
Deputados, o líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-SP), disse haver a
possibilidade de veto. Fontana afirmou que o Ministério do Meio Ambiente tem
buscado alternativas para ajudar os municípios que ainda não acabaram com os
seus lixões.
Debates
Preocupação com as dificuldades de adoção das
normas fixadas pela lei levou à criação, no Senado, da Subcomissão Temporária
de Resíduos Sólidos, ligada à Comissão de Meio Ambiente (CMA). Presidida pelo
senador Cícero Lucena (PSDB-PB), a subcomissão discutiu formas para a
implementação da lei.
O colegiado realizou seis audiências públicas com
especialistas e gestores municipais e estaduais, que explicitaram o baixo
cumprimento das novas regras e o risco iminente de punição aos municípios e
estados inadimplentes. A possibilidade de prorrogação dos prazos legais foi
discutida pelos especialistas, que manifestaram receio de que a medida
incentive a falta de compromisso com a aplicação da lei.
Também foi central a discussão quanto ao custo para
transformação de lixões em aterros sanitários e para a construção de sistemas
adequados para processamento e reciclagem de resíduos sólidos. Os prefeitos
cobram ajuda federal, mas a União lembra que o novo modelo requer
responsabilidade compartilhada.
As alternativas apresentadas nos debates serão
reunidas pela relatora da subcomissão, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM),
em relatório a ser analisado pelos integrantes do colegiado.
* Com informações da Agência Câmara.
Fonte: Agência Senado
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