terça-feira, 28 de outubro de 2014

“Planejamento das Olimpíadas privilegia sustentabilidade”, diz gerente da Rio 2016.
por Caio Luiz, para a Carta Capital
Tânia Braga é gerente-geral de Sustentabilidade, Acessibilidade e Legado do Comitê Rio 2016. Foto: Verônica Manevy.

Em evento promovido por CartaCapital e o Instituto Envolverde , representante do comitê afirma que 80% do material das construções será reaproveitado, e economia de eletricidade chegará a 70%.

A maior inovação dentro da organização das Olimpíadas e Paraolimpíadas a serem realizadas no Brasil é o planejamento desenvolvido dentro da cadeia de estrutura e suprimentos para os eventos. A afirmação é da gerente-geral de Sustentabilidade, Acessibilidade e Legado do Comitê Rio 2016, Tânia Braga, que realizou uma palestra na iniciativa Diálogos Capitais – Inovação e Sustentabilidade, promovida por CartaCapital e Instituto Envolverde na terça-feira, 21, em São Paulo.

As Olimpíadas estão entre as maiores ações de nível logístico em tempos de paz no mundo. Calcula-se que 14 milhões de refeições serão servidas e 12 milhões de toneladas de resíduos serão geradas. Só para transporte haverá 1.500 ônibus e 23,5 milhões de litros de combustível gastos. O comitê será responsável pela operação dos jogos e os classifica como ocasião que permite avanços em processos de gestão inovadores.

“Não há flexibilidade para gerenciar o tempo, o preço e a qualidade dos eventos; portanto, o campo para testes de inovação tem enorme visibilidade”, analisou a gerente ao frisar as 5,6 mil horas de transmissão e a previsão de 4,8 bilhões de pessoas que devem assistir aos jogos. Para conseguir otimizar os processos e concretizar as ações com sustentabilidade dentro dos limites, Tânia citou o que definiu como princípio de iceberg.

Isto representa ir além da aparência de sustentável ao, primeiramente, proporcionar o exemplo interno de organização que reverbera nos parceiros e empresas contratadas para auxiliar nos serviços utilizados. “Quase 40% dos locais para os jogos estão prontos e parte deles foram pensados como infraestrutura desmontável para ser empregada em obras distintas ao fim dos eventos.”

Conforme dados do Comitê, aproximadamente 80% do material das construções será reaproveitado. Transporte, alimentação, acessibilidade, energia, abastecimento de água e o descarte de resíduos foi planejado do começo ao fim da cadeia para que o impacto natural e no meio urbano do Rio de Janeiro seja amenizado.

“Consultamos e pesquisamos como foi produzido, por quem, de que modo será usado e dispensado”, disse Braga ao comentar o planejamento ao redor do ciclo de produção, uso e dissolução. A iluminação será feita com leds para economizar 70% em eletricidade no comparativo com lâmpadas de filamento. Etanol e biocombustíveis serão destinados aos geradores, ônibus e veículos leves. Já a reciclagem será feita por cooperativas de catadores.

Conforme a gerente, o Comitê sozinho não consegue protagonizar a sustentabilidade necessária para tirar o evento do papel. Toda a inovação necessária precisa partir também dos fornecedores para terminar como estopim que incentive outros setores relacionados a agirem de modo similar.


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