“Planejamento das Olimpíadas
privilegia sustentabilidade”, diz gerente da Rio 2016.
por Caio
Luiz, para a Carta Capital
Tânia Braga é gerente-geral de Sustentabilidade,
Acessibilidade e Legado do Comitê Rio 2016. Foto: Verônica Manevy.
Em evento promovido por CartaCapital e o Instituto
Envolverde , representante do comitê afirma que 80% do material das construções
será reaproveitado, e economia de eletricidade chegará a 70%.
A maior inovação dentro da organização das
Olimpíadas e Paraolimpíadas a serem realizadas no Brasil é o planejamento
desenvolvido dentro da cadeia de estrutura e suprimentos para os eventos. A
afirmação é da gerente-geral de Sustentabilidade, Acessibilidade e Legado do
Comitê Rio 2016, Tânia Braga, que realizou uma palestra na iniciativa Diálogos
Capitais – Inovação e Sustentabilidade, promovida por CartaCapital e
Instituto Envolverde na terça-feira, 21, em São Paulo.
As Olimpíadas estão entre as maiores ações de nível
logístico em tempos de paz no mundo. Calcula-se que 14 milhões de refeições
serão servidas e 12 milhões de toneladas de resíduos serão geradas. Só para
transporte haverá 1.500 ônibus e 23,5 milhões de litros de combustível gastos.
O comitê será responsável pela operação dos jogos e os classifica como ocasião
que permite avanços em processos de gestão inovadores.
“Não há flexibilidade para gerenciar o tempo, o
preço e a qualidade dos eventos; portanto, o campo para testes de inovação tem
enorme visibilidade”, analisou a gerente ao frisar as 5,6 mil horas de
transmissão e a previsão de 4,8 bilhões de pessoas que devem assistir aos jogos.
Para conseguir otimizar os processos e concretizar as ações com
sustentabilidade dentro dos limites, Tânia citou o que definiu como princípio
de iceberg.
Isto representa ir além da aparência de sustentável
ao, primeiramente, proporcionar o exemplo interno de organização que reverbera
nos parceiros e empresas contratadas para auxiliar nos serviços utilizados.
“Quase 40% dos locais para os jogos estão prontos e parte deles foram pensados
como infraestrutura desmontável para ser empregada em obras distintas ao fim
dos eventos.”
Conforme dados do Comitê, aproximadamente 80% do
material das construções será reaproveitado. Transporte, alimentação,
acessibilidade, energia, abastecimento de água e o descarte de resíduos foi
planejado do começo ao fim da cadeia para que o impacto natural e no meio
urbano do Rio de Janeiro seja amenizado.
“Consultamos e pesquisamos como foi produzido, por
quem, de que modo será usado e dispensado”, disse Braga ao comentar o
planejamento ao redor do ciclo de produção, uso e dissolução. A iluminação será
feita com leds para economizar 70% em eletricidade no comparativo com lâmpadas
de filamento. Etanol e biocombustíveis serão destinados aos geradores, ônibus e
veículos leves. Já a reciclagem será feita por cooperativas de catadores.
Conforme a gerente, o Comitê sozinho não consegue
protagonizar a sustentabilidade necessária para tirar o evento do papel. Toda a
inovação necessária precisa partir também dos fornecedores para terminar como
estopim que incentive outros setores relacionados a agirem de modo similar.
Fonte: Carta Capital
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