As diversidades do povo
brasileiro enriquecem a vida de cada um de nós.
por Leno
F. Silva*
Mesmo antes do resultado que
consagrou Dilma Rousseff no processo eleitoral deste ano, as manifestações
pelas redes sociais trouxeram à tona os sentimentos submersos dos defensores de
uma visão separatista de país: Sul e Sudeste de um lado; e Norte, Nordeste e
Centro-Oeste de outro.
Muitas das declarações que no passado eram expostas
em pequenas reuniões e sob a proteção de espaços privados, foram escancaradas
nessas plataformas digitais que transformaram completamente a dinâmica do
embate político.
De “patinho feio” dos protestos de 2013, a política
partidária ganhou espaço de destaque nessa que foi uma das mais acirradas
disputas desde que os brasileiros reconquistaram o direito de votar.
Nas últimas semanas o pleito ganhou temperatura de
final de clássico de futebol, mas o que estava em jogo desde o início do
processo eleitoral eram dois projetos de nação. Consagrou-se vencedora a
mandatária atual, representante do PT, partido que decidiu, a partir da eleição
de Lula, priorizar em suas políticas e investimentos as classes sociais e as
regiões menos favorecidas.
Vitória de todo o povo que luta pela construção de
um Brasil mais justo, mais inclusivo, e que ofereça oportunidades de
desenvolvimento em diversos campos, para que as distâncias dos saberes e das
condições de vida sejam diminuídas, beneficiando um maior número de cidadãos.
Passado o calor da decisão, convém refletirmos
sobre os aprendizados que podemos extrair desse processo. A presidenta assumirá
o segundo mandato mais forte para promover as mudanças já citadas no seu
programa de governo, além de agregar outras tantas demandas que vieram à tona
nessa caminhada.
Tenho a impressão de que parcela da sociedade está
disposta a se articular, agir e a contribuir para que o Brasil avance nas
direções certas. No sistema atual, a representatividade por meio dos partidos
políticos, é um canal que precisa ser revigorado, estar mais próximo das
pessoas, e criar mecanismos democráticos permanentes de diálogos, por meio dos
quais os cidadãos participem e sejam, também, agentes das transformações.
Os desafios são grandes, mas com equilíbrio,
respeito, e espirito público; teremos condições de construir uma nação livre de
preconceitos, do racismo e digna para todos nós. Viva o povo brasileiro,
que com as suas diversidades, sotaques e jeitos distintos de ser, enriquece a
vida de cada um de nós. Por aqui, fico. Até a próxima.
* Leno F. Silva escreve
semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um
mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD –
Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação
Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de
empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo
de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças,
Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora
Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de
crônicas.
Fonte: ENVOLVERDE
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