Golfo do México continua forrado
com óleo de derramamento.
por
Regina Scharf*
Imagem produzida pela NASA, a agência espacial
americana, em 24 de maio de 2010, com indicações do local da plataforma e da
expansão da mancha de óleo.Note a proximidade com o Delta do Rio Mississippi
O fundo do Golfo do México continua altamente
contaminado, quatro anos e meio após a explosão da plataforma Deepwater
Horizon, operada pela BP, que derramou cerca de 5 milhões de barris de
petróleo, num dos maiores acidentes ambientais já registrados. Estudo divulgado esta semana pela revista
Proceedings of the National Academy of Sciences, da Academia Nacional de
Ciências dos Estados Unidos, indica que entre 4% e 31% de todo o petróleo
inicialmente em suspensão (entre 80 mil e 620 mil barris) migrou para o solo
oceânico e ali permanece. O estudo foi produzido por pesquisadores da
University of California em Santa Barbara e Irvine, e da Woolds Hole
Oceanographic Institution, que analisaram mais de 3 mil amostras de sedimentos
do solo coletados em 534 locais em volta da plataforma.
Segundo os cientistas, cerca de 40% do volume
derramado, ou 2 milhões de barris, quebrou em gotículas minúsculas antes de
chegar à superfície e não pode ser recuperado pelos esforços de limpeza. A
porção que não acabou depositada no solo oceânico pode ter tido vários
destinos: ela pode ter sido sido degradada por bactérias ou ainda estar em
suspensão na água, por exemplo.
O porta-voz da BP, Jason Ryan, criticou o estudo e declarou à Associated Press,
por email, que “os autores falharam na identificação da fonte do petróleo, o
que levou a um grosseiro exagero no volume de óleo residual do campo de Macondo
[explorado pela BP] no solo oceânico e na área geográfica em que ele se
encontra”. Dois dos pesquisadores envolvidos no estudo, David Valentine, da
University of California em Santa Barbara, e Chritopher Reddy, da Woods Hole
Oceanographic Institution, comentaram que, embora não tenham podido realizar
todas as análises químicas possíveis, eles obtiveram inúmeras evidências de que
há grande possibilidade de que o óleo depositado venha efetivamente da
Deepwater Horizon.
Se quiser, refresque a memória sobre o episódio com
dois artigos publicados aqui: BP processa EUA por retaliação após
acidente no Golfo do México e O Katrina de Obama.
Fonte: Blog De Lá Pra Cá/ Página 22
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