A automação a serviço do uso
racional da água, artigo de Ricardo Dutra.
Muito se fala sobre a importância da água para a
vida do planeta e o quanto é fundamental que todos se conscientizem de que este
recurso deve ser usado sem desperdícios. Para chamar a atenção sobre isso, a
Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu 22 de março como o Dia
Internacional da Água. Se há tanta água no mundo, por que afinal de contas, a
preocupação? Vejam que a água da qual dependemos para viver e que consumimos
diariamente, é a água potável entregue na nossa casa.
Sugiro uma reflexão, considerando que, antes de
habitarmos o Planeta Terra, somos moradores da nossa residência, frequentadores
do nosso trabalho, escola, espaços de lazer, entre outros locais, em nosso
município. Portanto, é nesse pequeno universo que nossas atitudes fazem
diferença. Usar a água racionalmente é muito mais do que uma atitude ecológica,
mas uma atitude social, que contribui definitivamente para o saneamento básico
das cidades, o que é fator de saúde e qualidade de vida. Talvez, se fosse
criado também o “Dia Municipal da Água”, as pessoas prestariam atenção não só
na importância da água potável, mas no quanto suas atitudes refletem na
preservação deste recurso finito.
Hoje, quando o assunto é sustentabilidade,
estamos falando em disponibilizar água e esgoto a seus habitantes. Cientes
disso, muitos governos e Organizações Não-Governamentais (ONGs), ao redor do
mundo, vêm criando, nas últimas duas décadas, leis e parâmetros para indústria
de equipamentos e da construção civil, e estabelecendo normas visando à redução
do consumo de água.
No Brasil, há um atraso considerável neste
sentido por parte do governo, porém a iniciativa privada caminha nessa direção
por uma necessidade de subsistência. O mercado oferece, atualmente, opções de
dispositivos economizadores de água para torneiras, chuveiros, descargas, entre
outros itens do banheiro. Além disso, existem modelos totalmente automatizados,
acionados por sensores que captam a presença do usuário e permitem o uso da
água na medida e no tempo certo, sem desperdícios. Neste cenário, podemos
visualizar a automação de sanitários contribuindo significativamente para a
redução do consumo deste recurso.
Tais equipamentos são desenvolvidos com base nos
mais modernos conceitos de sustentabilidade e a automação completa de
sanitários, principalmente os de uso público, pode ser um caminho eficaz para a
melhor experiência de economia de água, redução de custos, entre outros
benefícios para o usuário, a comunidade e o planeta.
Um exemplo disso são torneiras com sensor que
proporcionam redução de até 80% no consumo de água ao lavar as mãos, o que é
possível porque tais peças ficam abertas apenas durante a presença do usuário e
têm vazão controlada, com um consumo de 250ml, portanto, muito mais econômicas
se comparadas às torneiras manuais ou aquelas com fechamento automático de
consumo superior de 1.000ml por ciclo.
Ao usar a água de forma racional, obtemos os
seguintes benefícios: maior oferta de água, para atender a um número cada vez
maior de usuários; redução dos investimentos na captação em mananciais cada vez
mais distantes das concentrações urbanas; diminuição dos investimentos para
atender às demandas em dias/horários de pico; maior oferta de água para áreas
deficientes de abastecimento; redução do volume a ser tratado; diminuição do
volume de esgotos a serem coletados e tratados e consequente redução dos custos
do tratamento de esgoto; postergação de investimentos necessários à ampliação
do Sistema Produtor de Água bem como do Sistema de Esgotamento Sanitário do
Município; diminuição do consumo de energia elétrica (poucos se dão conta da
demanda de energia para distribuição da água que se dá através de bombeamento
contínuo); além da garantia do fornecimento ininterrupto de água ao usuário.
Pensando assim, muito tem sido feito no sentido
de criar novos dispositivos, produtos que mesmo utilizando uma quantidade menor
de água, tenham a mesma eficiência e conforto. Portanto, essa é uma política
saudável também no âmbito econômico, uma vez que promove a indústria,
incentivando o desenvolvimento de novas tecnologias voltadas à redução do
consumo de água e diminuição do gasto do indivíduo com este recurso.
Assim, é fundamental estarmos cientes da real
possibilidade de transformarmos os gastos desnecessários em benefícios diretos,
sem perda de conforto e com ganhos reais para nossos orçamentos, bem como
garantir a água de cada dia.
*Ricardo Dutra é engenheiro e diretor da
DRACO (www.draco.com.br).
Fonte: EcoDebate
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