Educação: obras na gestão de Lindbergh
ficaram 4 anos paradas.
Candidato do PT iniciou construções em
Nova Iguaçu, mas nunca inaugurou.
Fachada
da Escola Municipal Leonel de Moura Brizola, no bairro Austin, em Nova Iguaçu -
/ Cássio Bruno
RIO — O candidato do PT ao governo do Rio, o
senador Lindbergh Farias, que promete construir cem Centros Integrados de
Educação Pública (CIEPS) se eleito, iniciou a construção de apenas duas escolas
durante sua gestão como prefeito em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense (2005 a
2010).
No entanto, as obras ficaram paralisadas por quatro
anos e só foram reiniciadas e inauguradas na gestão de sua sucessora, a
ex-prefeita Sheila Gama (PDT).
Em seu programa de governo, Lindbergh se inspira no
projeto implantado pelo ex-governador Leonel Brizola (PDT), morto em 2004. A
proposta é oferecer educação em tempo integral com atividades técnicas e profissionalizantes,
chamado de “Cieps do Século XXI".
Lindbergh iniciou as obras do novo prédio da Escola
Municipal França Carvalho, no bairro da Posse, com 380 alunos, no início do
mandato. No total, a unidade, orçada em R$ 1,2 milhão, ficaria pronta em 2006. Mas
os trabalhos foram suspensos e a prefeitura informou que foi preciso “alterar o
projeto".
INAUGURAÇÃO TARDIA
Pais, mães e os estudantes protestaram contra a
paralisação porque os alunos assistiam aula em outro local, cujas condições
eram precárias. A escola foi inaugurada em 17 de dezembro de 2010, quando
Lindbergh já havia deixado o governo para concorrer ao Senado naquele ano.
Com 1.233 estudantes, a Escola Municipal Leonel de
Moura Brizola, no bairro de Austin, teve o mesmo problema. As obras foram
interrompidas por quatro anos, e a inauguração só ocorreu em 7 de maio de 2011,
com a participação da então prefeita Sheila Gama e do ex-ministro do Trabalho e
Emprego, Carlos Lupi, atual candidato ao Senado pelo PDT.
Procurado pelo GLOBO, Lindbergh, por meio de sua
assessoria de imprensa, não explicou as razões dos atrasos das obras nas duas
escolas.
BAIRRO-ESCOLA FOI ‘FRACASSO DE UMA BOA IDEIA’
O site oficial de campanha do candidato do PT ao
governo do Rio destaca: “Educação: pioneirismo de Lindbergh em Nova iguaçu”. O
texto diz que, “em 2005, o município tinha 113 escolas”. Em 2010, ao fim do
segundo mandato do então prefeito, “o município contava com 124 unidades”. Na
verdade, a diferença ocorreu porque, segundo a assessoria de imprensa do
petista, colégios estaduais e creches privadas foram municipalizadas. Ou seja:
passaram a ser administradas pela prefeitura.
Além do ritmo lento de construção de escolas, a
gestão de Lindbergh na educação recebeu críticas pelo programa que o petista
vende como uma de suas vitrines: o Bairro Escola. Em estudo divulgado em 2011,
a professora do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) Lena Lavinas e a doutora em Educação Azuete Fogaça concluem que o
projeto não atingiu as metas previstas na gestão do petista.
APENAS 25 UNIDADES
Intitulado “Programa Bairro-Escola: o fracasso de
uma boa ideia”, o trabalho concluiu que, em 2008, no fim do primeiro mandato de
Lindbergh, apenas 25 das 102 escolas da cidade estavam no programa há, no
mínimo, oito meses, quando a meta proposta pelo então prefeito era chegar a
todas as unidades.
Na época, o objetivo do Bairro-Escola era implantar
o horário integral, oferecer atividades extraclasses e realizar obras de urbanização
nas proximidades dos colégios. Mas, de acordo com o estudo, dos 13.396 alunos
das 25 escolas, só 2.844 participavam do horário integral — dois em cada dez
alunos. Levando-se em consideração toda a rede, isso representava menos de 7%,
em 2008.
Em nota, Lindbergh afirmou que o estudo “foi
baseado em dados coletados no momento em que o programa ainda estava sendo
implantado e, portanto, não tinha atingido plenos resultados”. Segundo o
candidato, o Bairro-Escola “atingiu todas as escolas municipais e oferecia
ensino em horário integral para mais de 49 mil estudantes (97% do total)”.
O petista lembrou ainda que uma das autoras, Lena
Lavinas, “foi secretária municipal de Ciência e Tecnologia na gestão de
Lindbergh e, depois, rompeu com seu grupo político”.
Fonte: O GLOBO
Fonte: O GLOBO
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