Ibama intensifica combate aos
crimes ambientais que ameaçam terras indígenas de Mato Grosso.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) executou várias ações de fiscalização em
terras indígenas, em conjunto com a Fundação Nacional do Índio (Funai), com a
Força Nacional de Segurança Pública e com o Batalhão da Polícia Ambiental. Caça
e pesca predatória, desmatamento, furto de madeira e garimpo ilegal foram
alguns ilícitos ambientais combatidos nessas operações.
Na Terra Indígena Manoki, no município de
Brasnorte, distante 580 km de Cuiabá, o Ibama embargou um total de 61,5 mil
hectares e aplicou quase dois milhões em multas, por desmatamento e
descumprimento de embargos. Uma das fazendas é um latifúndio com mais de 50 mil
hectares, tamanho maior que a vizinha Terra Indígena Irantxe, onde o povo
Manoki aguardava o retorno para sua tradicional área de floresta. A área já
estava embargada desde 2005 em nome de uma sócia que, na época, era
primeira-dama do município de Tapurah.
Na TI Bakairi, no município de Paranatinga, e nas
TI’s dos Bororo e Guató, na região pantaneira de Barão de Melgaço e Santo
Antonio do Leverger, foram apreendidas várias redes e petrechos de pesca
proibidos, atendendo denúncias dos índios sobre pesca predatória.
Na Terra Indígena Apiaka Caiabi, em Juara,
distante 690 km de Cuiabá, foram apreendidos cinco caminhões bitrem, dois
tratores de pneus e um de esteiras, duas caminhonetes, duas motocicletas, cinco
motosserras, uma pá carregadeira e 1.351 m³ de madeira em toras, de uma
quadrilha especializada em furto de madeira. A quadrilha tinha ramificações com
madeireiras em Mato Grosso e no interior de São Paulo.
Na Terra Indígena Aripuanã, da etnia Cinta-larga,
no município de Aripuanã, distante 976 km de Cuiabá, foi flagrada uma outra
extração ilegal de madeira, onde foram apreendidos um trator florestal skyder,
uma pá carregadeira e uma motocicleta. Os infratores evadiram o local quando
perceberam a presença da fiscalização.
Na divisa entre Mato Grosso e Pará, na TI Kayabi,
na região do município de Apiacás, distante 1.005 km de Cuiabá, o Ibama flagrou
duas balsas de mergulho garimpando ouro ilegalmente no rio Teles Pires. Houve
apreensão e destruição de equipamentos para que cessasse o dano ambiental.
Duas
pousadas de pesca ilegal foram localizadas em atividade dentro da Terra
Indígena, em área de preservação permanente do rio Cururu-açu, já no município
de Jacareacanga/PA, e outra em uma ilha, próximo a cachoeira da Rasteira, no
rio Teles Pires. Esta pousada já havia sido demolida anteriormente na Operação
Eldorado. Nas pousadas foram aprendidas diversas armas de fogo, bem como partes
de animais silvestres. Foram efetuadas a demolição das estruturas das pousadas
considerando a finalidade específica para prática de infrações ambientais,
sendo lavrados termos de apreensão e de destruição, pertinentes a cada caso. Os
responsáveis pelos empreendimentos ilegais foram identificados e responderão
administrativa/criminalmente pelo funcionamento ilegal de atividade poluidora,
destinação irregular de resíduos sólidos, realização de pesca em local proibido
dentre outros crimes.
Segundo o superintendente do Ibama em Mato
Grosso, Marcus Keynes, “O Ibama continuará agindo com rigor na proteção das
terras da União, dificultando as ações dos invasores, desmatadores e outros
criminosos ambientais. A destruição de alguns bens dos infratores tem sido
considerada imprescindível para evitar a continuidade da atividade ilegal,
visando interromper o dano ambiental e resguardar a recuperação na área
atingida”, conclui Keynes.
Ascom / Ibama/MT
Fotos: Ibama/MT
Fonte: IBAMA
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