Setor pesqueiro quer rever lista
de espécies ameaçadas.
por Rede
de ONGs da Mata Atlântica
As novas
Listas das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (Portarias 444 e 445),
divulgadas em 17 de dezembro de 2014 pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA),
possuem o alarmante número de 1.173 espécies terrestres e aquáticas. Para se
chegar a esse número foram necessários cinco anos de estudo, período em que se
formou um banco de dados sobre mais de 12 mil espécies da fauna brasileira e
foram realizadas 73 oficinas de proposição e validação de espécies candidatas à
lista.Agora, no dia 8 de janeiro uma reunião entre o setor produtivo da pesca
industrial e o MMA deu origem a um Grupo de Trabalho (GT) que, em até 30 dias,
pretende reavaliar a representatividade da lista (Portaria MMA 445), podendo-se
retirar espécies importantes desse cadastro já oficialmente reconhecido. A Rede
de Organizações da Mata Atlântica (RMA), junto com dezenas de outras redes e
entidades da sociedade civil, acaba de se posicionar, por meio de um documento
enviado ao MMA, questionando a necessidade e a legitimidade da revisão da
lista, cuja produção envolveu 200 instituições e 1.383 especialistas da
comunidade científica em anos de trabalho, seguindo procedimentos
técnico-científico consagrados globalmente há décadas pela União Internacional
para a Proteção da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).
Brasil tem alto consumo de peixes ameaçados de
extinção.
A possível revisão da lista de espécies pelo GT
pode ocorrer com base no art. 6º e parágrafos primeiro e segundo da
Portaria 445, os quais preveem a formação de grupos de trabalhos para a
avaliação da lista, sob critérios predeterminados. Um deles é que a avaliação
será realizada anualmente, após a geração de novas informações decorrentes do
monitoramento de populações ou o aporte de novas e significativas informações
técnico-científicas sobre as espécies ameaçadas; fato que ainda não ocorreu, já
que a lista foi publicada há menos de um mês. Outra inconsistência é a ausência
no GT de representantes de universidades e de instituições de pesquisas.
Apesar da RMA é contrária à revisão da lista, mas
propõe que o GT apresente recomendações para garantir que a comunidade tenha
acesso à informação e garantia de participação no processo de construção da
próxima revisão, em 2016. Isso deve incluir a adoção de consultas públicas
prévias, a exemplo do que ocorreu na última revisão na lista de fauna do Rio
Grande do Sul. Da mesma forma, defende que o GT apresente sugestões de
eventuais compensações para minimizar eventuais perdas econômicas que
comprovadamente sejam decorrentes da adoção da lista.
As Redes e Instituições que assinam a Nota enviado
ao MMA são:
Rede de ONGs da Mata Atlântica – RMA
Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para
o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – FBOMS
Rede Pró-Unidades de Conservação – Rede Pro-UC
Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata
Atlântica – CN-RBMA
Rede Sul Brasileira de Educação Ambiental – REASul
Rede Ambiental do Piauí – REAPI
REMATEA – Rede Materiais de Educação Ambiental
Articulação Antinuclear Brasileira
Rede Brasileira de Justiça Ambiental – RBJA
Associação Ambientalista Copaíba (Socorro-SP)
Associação Amigos de Iracambi (Rosário da
Limeira-MG)
Associação Cunhambebe da Ilha Anchieta- ACIA
(Ubatuba – SP)
Associação de Defesa ao Meio Ambiente de Umuarama –
ADEMA (Umuarama – PR)
Associação de Defesa do Meio Ambiente – AMAR
(Araucária-PR)
Associação de Moradores da Lauro Muller, Ramon
Castilla, Xavier Sigaud e Adjacências – ALMA (Rio de Janeiro-RJ)
Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto
Vale do Itajaí – APREMAVI (Rio do Sul-SC)
Associação de Proteção ao Meio Ambiente – APROMAC –
(Cianorte-PR)
Associação Ecológica Canela – Planalto das
Araucárias – ASSECAN (Canela-RS)
Associação Ecológica Força Verde (Guarapari-ES)
Associação Flora Brasil (Itamaraju-BA)
Associação MarBrasil (Pontal do Paraná-PR)
Associação Mico-Leão-Dourado (Silva Jardim – RJ)
Associação Mineira de Defesa do Ambiente – AMDA
(Belo Horizonte – MG)
Associação Movimento Paulo Jackson – Ética,
Justiça, Cidadania (Salvador-BA)
Associação Pernambucana de Defesa da Natureza –
ASPAN (Recife-PE)
Associação Potiguar Amigos da Natureza – ASPOAN
(Natal-RN)
Associação Rosa dos Ventos (Itacaré-BA)
Associação S.O.S. Amazônia (Rio Branco–AC)
Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros
do Mucuri (MG)
Crescente Fértil (Resende-RJ)
ECOA – Ecologia e Ação (Campo Grande-MS)
Fundação Relictos (Ipatinga-MG)
Fundação SOS Mata Atlântica (São Paulo–SP)
GERMEN – Grupo de Promoção e Defesa Socioambiental
(Salvador-BA)
Grupo Ação Ecológica-GAE (Rio de Janeiro-RJ)
Grupo Ambientalista da Bahia – Gambá (Salvador –
BA)
Grupo Pau-Campeche – GPC (Florianópolis-SC).
Ingá – Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais
(Porto Alegre–RS)
Instituto Ambiental Conservacionista 5º Elemento
(Paracambi-RJ)
Instituto Augusto Carneiro (Porto Alegre-RS)
Instituto Curicaca (Porto Alegre-RS)
Instituto de Biodiversidade e Desenvolvimento
Sustentável do Oeste da Bahia (Barreiras – BA)
Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata
Atlântica – IPEMA (Ubatuba-SP)
Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ (Nazaré
Paulista-SP)
Instituto Goiamum (Serra-ES)
Instituto Gondwana – IGOND (São Sebastião–SP)
Instituto Ilhabela Sustentável (Ilhabela-SP)
Instituto Pró Rio Doce (Governador Valadares–MG)
Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais (Curitiba-PR)
Movimento Pro Rio Todos os Santos e Mucuri (Teófilo
Otoni-MG)
Movimento Verde – MOVE (Petrópolis – RJ)
Movimento Verde de Paracatu – Mover (Paracatu-MG)
Organização Ambiental Sócio Agro Arte Cultural
Brinque e Limpe (Curitiba-PR)
Organização Bio-Bras (Mogi das Cruzes–SP)
PAT ECOSMAR (Porto Seguro-BA)
Projeto Mira-Serra (São Francisco de Paula-RS)
REGUA – Reserva Ecológica de Guapiaçu (Cachoeiras
de Macacu-RJ)
SAVE Brasil (São Paulo-SP)
Serviço de Tecnologia Alternativa – SERTA
(Ibimirim-PE)
Sociedade Brasileira de Espeleologia – SBE
(Campinas-SP)
Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação
Ambiental – SPVS (Curitiba-PR)
Sociedade Nordestina de Ecologia – SNE (Recife-PE)
TOXISPHERA Associação de Saúde Ambiental
(Curitiba-PR).
(Rede de
ONGs da Mata Atlântica)
Fonte: ENVOLVERDE
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