Novo presidente da Sabesp admite
que crise hídrica pode piorar.
por Daniel Mello, da
Agência Brasil
Ao tomar posse, no dia 9, o novo presidente da
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Jerson Kelman,
disse que a crise hídrica que atinge o estado pode se agravar nos próximos meses.
“Seria irresponsabilidade, no quadro em que estamos hoje, olhar para a frente
com otimismo. Temos que estar preparados para o pior”, destacou Kelman.
Ele informou que já passou instruções para
reduzir ainda mais a retirada de água do Sistema Cantareira, que opera com 6,7%
da capacidade dos reservatórios, e reconheceu que a medida deverá afetar ainda
mais os consumidores. “Inescapavelmente, teremos algum tipo de sofrimento da
população”, disse ele, referindo-se aos transtornos causados pela redução da pressão
e volume, principalmente para os moradores de locais mais altos.
Segundo Kelman, a medida é necessária devido à
gravidade da crise. Até 2014 o pior cenário enfrentado pelo Sistema Cantareira
tinha sido o de 1953, quando a vazão média de entrada de água no sistema chegou
a 56% da média histórica, lembrou. “No ano passado, tivemos 25%. Foi menos da
metade do pior que já tinha acontecido.”
Por isso, de acordo com o presidente da Sabesp,
não havia possibilidade de o Pode Público se preparar adequadamente para o
problema. “Nenhum administrador público, de qualquer nível, seria considerado
prudente se fizesse um sobreinvestimento tão grande para enfrentar algo que
nunca tinha sido observado.”
No dia 8, a Sabesp anunciou a cobrança de
sobretaxa de 40% a 100% para os consumidores que superarem a média de gasto de
água entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014. Segundo os critérios publicados
no Diário Oficial do Estado, se o consumo ultrapassar em até 20% a média do
período, será considerado para efeito de cálculo um acréscimo de 40%. Acima de
20%, a quantidade calculada terá adicional equivalente ao dobro. A medida vale
para 43 municípios, incluindo a cidade de São Paulo e vários municípios da
região metropolitana.
* Edição:
Stênio Ribeiro.
Fonte: Agência
Brasil
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