Países do G20 investem US$ 88 bi
por ano em combustíveis fósseis.
por
Daniela Kussama, da Deutsche Welle
Foto: Reprodução/ http://igepri.org/
O Reino Unido, os Estados Unidos e a Austrália são
os que mais fornecem essas subvenções, segundo o estudo.
Um relatório do Instituto de Desenvolvimento
Ultramarino (ODI) apontou que as nações mais ricas do mundo gastam 88 bilhões
de dólares com subsídios à exploração de combustíveis fósseis. De acordo com o
instituto britânico, isso enfraquece os investimentos em energias alternativas
e aumenta o risco de uma “mudança climática perigosa”.
O Reino Unido, os Estados Unidos e a Austrália são
os que mais fornecem essas subvenções, segundo o estudo. Os americanos, por
exemplo, destinaram 5,1 bilhões de dólares a indústrias petrolíferas em 2013,
quase o dobro do que foi gasto em 2009.
O relatório divulgado nesta terça-feira (11/11)
também chamou a atenção para investimentos feitos por empresas estatais como
uma forma de subsídio, sobretudo em países como Brasil, China, Índia, México,
Rússia e Arábia Saudita.
“Os níveis de investimento ficam entre 2-5 bilhões
de dólares na Rússia, México e Índia, até 9 bilhões na China, 11 bilhões no
Brasil e 17 bilhões na Arábia Saudita”, afirma o texto.
A terceira fonte de subvenção à exploração fóssil
apontada pelo estudo é o financiamento público, praticado em especial em
Canadá, Coreia do Sul, China, Japão e Rússia. Tais fundos seriam “investimentos
antieconômicos” e “uma garantia publicamente financiada para companhias que
produzem altos níveis de CO2″, condena o relatório.
Crítica ao G20
A ODI alerta que os incentivos à exploração são
apenas parte do problema: as subvenções para a produção e o uso de combustíveis
fósseis também somaram 775 bilhões de dólares em 2012, contra apenas 101
bilhões de dólares para as energias renováveis em 2013.
Tais subsídios “podem impelir o planeta para muito
longe da meta, assumida internacionalmente, de limitar o aumento da temperatura
terrestre a não mais de 2ºC”. Segundo o instituto britânico, isso revelaria o
grande hiato entre o compromisso firmado cinco anos atrás, para diminuir o
financiamento “ineficiente” de combustíveis fósseis, e as reais ações das
potências do G20.
O relatório, publicado em parceira com a organização
americana Oil Change International, antecipa a reunião de cúpula do G20,
programada para 15 e 16 de novembro em Brisbane, Austrália. O governo
australiano chegara a retirar da pauta o tema mudança climática, porém voltou
atrás na decisão, devido à repercussão internacional negativa.
Fonte: Mundo Sustentável
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