Na abertura da COP-20, chefe do
IPCC alerta que “janela para agir está se fechando”.
por
Redação do EcoD*
Ministro peruano do Meio Ambiente, Manuel Vidal,
oficializa a abertura da COP-20, em Lima. Foto: iisd.ca.
Representantes de cerca de 190 países se reuniram
na segunda-feira, 1º de dezembro, em Lima (Peru), em meio a esperanças de que
um acordo da Organização das Nações Unidas (ONU) para desacelerar as mudanças
climáticas seja possível em 2015, apesar dos alertas de que está acabando o
tempo para manter o aquecimento global dentro de limites seguros.
“A janela para agir está se fechando rapidamente”,
alertou o chefe do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC),
Rajendra Pachauri, a representantes dos países. Segundo o órgão vinculado a
ONU, há 95% de probabilidade de que as emissões geradas pelo homem sejam a
principal causa do aquecimento global.
A cooperação entre China e Estados Unidos,
principais emissores de gases do efeito estufa, e a decisão da União Europeia
de reduzir suas emissões deram novo ímpeto às conversas da ONU que há duas
décadas não conseguiram chegar a um consenso para um acordo global.
“Recebemos alguns sinais muito positivos”, destacou
o ministro peruano do Meio Ambiente, Manuel Pulgar Vidal, a representantes na
abertura da cúpula, que seguirá até o dia 12 de dezembro em um complexo
localizado em um quartel-general de Lima.
Os representantes devem decidir aspectos de um
acordo para combater as mudanças climáticas que deve ser firmado em uma cúpula
em Paris daqui a um ano, uma parte do objetivo de limitar as temperaturas
mundiais médias a 2 graus Celsius acima dos tempos pré-industriais.
Impactos irreversíveis
As temperaturas já subiram 0,9 grau Celsius, e um
conselho de cientistas da ONU afirma haver riscos de impactos irreversíveis que
vão de danos aos recifes de coral ao derretimento do gelo da Groenlândia, o que
elevaria o nível dos mares.
O chefe do IPCC, Rajendra Pachauri, alertou que a
“janela para agir está se fechando”. Foto: European Parliament/Pietro
Naj-Oleari.
As conversas renovam a esperança de um acordo,
apesar da queda no preço do petróleo que complica uma transição para a energia
renovável. Em novembro, os EUA concordaram em restringir suas emissões entre 26
e 28% abaixo dos níveis de 2005, e a China aceitou colocar um teto em suas
emissões crescentes até aproximadamente 2030.
Aquecimento desastroso
A União Europeia também planeja cortar suas
emissões para 40% abaixo dos índices de 1990, o que significa que as nações
responsáveis por mais de metade das emissões mundiais estabeleceram metas para
si mesmas.
Mas as temperaturas caminham para subir mais que 2
graus Celsius. “Atualmente, estamos rumando para um aquecimento de 3 a 4 graus
Celsius”, admitiu o ministro das Relações Exteriores das Ilhas Marshal, Tony de
Brum, ressaltando que isso seria “desastroso” para o mundo.
* Com informações de agências internacionais.
Fonte: EcoD
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