A maior delegação de jovens
brasileiros em COPs questiona negociadora do Itamaraty.
por Dari
Santos, do Engajamundo
Começou na segunda-feira, dia 01/12/2014, em Lima –
Peru a 20ª Conferência das Partes (COP20), conferência que reúne todos os
países e territórios do mundo membros da ONU para discutir qual será o papel de
cada um deles frente aos desafios globais para combater às Mudanças Climáticas.
Esse ano a delegação do Brasil, que é uma das
maiores da conferência com mais de 300 delegados, conta com um número
expressivo de jovens brasileiros. O Engajamundo possui 12 jovens acreditados
para conferência e marca a história da participação da juventude em
conferências internacionais de mudanças climáticas. Vale frisar que o governo
brasileiro é um pioneiro no quesito inclusão da sociedade civil, já que oferece
credenciamento da sociedade como parte da delegação do governo (o que garante
acesso completo as salas de negociação).
A maior delegação de jovens brasileiros na história
das COPs (United Nations Climate Change Conference) tem uma missão: contar as
entrelinhas das negociações que decidem o futuro de todos nós, já que as
mudanças climáticas é uma realidade sentida por todos, seja ela em maior ou em
menor escala.
Após a primeira reunião convocada pelo Itamaraty
com a delegação brasileira na COP20, os engajamunders de “primeira viagem”, ou
seja, que participam da sua primeira COP vivenciaram a importância das
entrelinhas. Em uma conversa informal com a negociadora brasileira Thelma Krug
(a única mulher entre todos os negociadores brasileiros), pudemos perceber qual
é a percepção da negociadora em assuntos essenciais no combate a mudanças
climáticas.
Logo no começo da conversa questionamos sobre os
acordos sobre reflorestamento que estão sendo discutidos dentro do seu âmbito
de negociação, e a negociadora deixou claro que considera plantações de
eucalipto transgênico como “reflorestamento”. Segunda ela, há uma dificuldade
em plantar mata nativa, já que essas não resistem como os “eucaliptos clonados”
as mudanças climáticas.
Não precisa ser um cientista para saber que somente
plantações de eucalipto nunca assegurariam a biodiversidade que as florestas de
mata nativa possuem, e quando questionada sobre isso Thelma se limitou a
responder que a biodiversidade possui uma conferência específica e deve ser tratada
nela. O questionamento que ficou para todos nós é: realmente temos negociado
acordos que visem combater o aquecimento global de forma total e transversal ou
somente estamos cumprindo o protocolo diplomático tentando maquiar ações que
nada resolvem o problema como se fossem ações positivas?
Esperamos que o lado social seja colocado na mesa,
que cada país lembre que muito mais do que uma negociação entre países,
trata-se de um acordo que garante um futuro sustentável para todos nós,
cidadãos. Que se lembrem que existe sim uma forma de conservar e garantir a
existência das matas nativas, garantindo que os povos tradicionais dessa área
conservem o que nós por tantos anos destruímos.
Esperamos ansiosamente por uma negociação menos
técnica e mais humana.
Fonte: Engajamundo
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