Paulistanos apontam má gestão e
desperdício como principais causas da seca em São Paulo.
por
Redação do SOS Mata Atlântica
Sistema Cantareira. Foto: Sabesp/Divulgação.
Nem calor, nem São Pedro. Para a população, a má
gestão e o desperdício são as principais razões para a crise de abastecimento
de água em São Paulo, segundo pesquisa encomendada pela revista Época e
aplicada pelo site ReclameAqui a seus usuários cadastrados. A enquete,
elaborada em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, foi respondida por
17.111 pessoas do Estado de São Paulo. Para participar, era preciso escolher,
entre uma lista de opções, aquelas que, na opinião deles, estão entre as causas
da seca.
Com 79,15%, a opção “má gestão do serviço público
de água” foi a resposta mais escolhida, seguida de “desperdício”, com 73,78% e
“falta de chuvas”, com 63,91%.
Alexandre Mansur, editor-executivo da revista
Época, observa que os resultados são importantes por mostrar que a população
não encara os problemas climáticos como inevitáveis e que enxergam as
autoridades como responsáveis pela gestão dos recursos hídricos e por
incentivar um uso racional, sem desperdícios. “Isso tornaria nossas cidades
mais resilientes a períodos de dificuldades climáticas. Conforme mostramos em
uma reportagem publicada no site da Época há uma semana, o município de
Jundiaí, na região da grande SP, não está passando por dificuldades, apesar da
falta de chuvas. A diferença é que lá houve planejamento”, diz.
Para Marcia Hirota, diretora-executiva da Fundação
SOS Mata Atlântica, o fato de o desperdício ter sido o segundo ponto mais
citado demonstra que as pessoas também estão atentas à importância da economia
e ao uso racional da água. “Entenderam, principalmente, que este é um bem
finito, ao contrário do mito da abundância de água, e que o uso precisa ser feito
com responsabilidade por todos, inclusive por parte do poder público”, diz.
O “desmatamento da Mata Atlântica” foi citado por
44,75% dos participantes. “Isso reforça positivamente nosso trabalho no
desenvolvimento do Atlas da Mata Atlântica, que monitora o desflorestamento, e
evidencia a consciência da população sobre o papel da floresta para garantir
água, além da importância da restauração florestal e da proteção das matas
ciliares. Essa percepção contribui ainda para potencializarmos a mobilização e envolvimento
de mais pessoas na causa ambiental”, conclui Marcia.
Confira a pesquisa completa no Blog do Planeta.
Fonte: SOS Mata Atlântica
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