terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Paulistanos apontam má gestão e desperdício como principais causas da seca em São Paulo.
por Redação do SOS Mata Atlântica
Sistema Cantareira. Foto: Sabesp/Divulgação.

Nem calor, nem São Pedro. Para a população, a má gestão e o desperdício são as principais razões para a crise de abastecimento de água em São Paulo, segundo pesquisa encomendada pela revista Época e aplicada pelo site ReclameAqui a seus usuários cadastrados. A enquete, elaborada em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, foi respondida por 17.111 pessoas do Estado de São Paulo. Para participar, era preciso escolher, entre uma lista de opções, aquelas que, na opinião deles, estão entre as causas da seca.

Com 79,15%, a opção “má gestão do serviço público de água” foi a resposta mais escolhida, seguida de “desperdício”, com 73,78% e “falta de chuvas”, com 63,91%.

Alexandre Mansur, editor-executivo da revista Época, observa que os resultados são importantes por mostrar que a população não encara os problemas climáticos como inevitáveis e que enxergam as autoridades como responsáveis pela gestão dos recursos hídricos e por incentivar um uso racional, sem desperdícios. “Isso tornaria nossas cidades mais resilientes a períodos de dificuldades climáticas. Conforme mostramos em uma reportagem publicada no site da Época há uma semana, o município de Jundiaí, na região da grande SP, não está passando por dificuldades, apesar da falta de chuvas. A diferença é que lá houve planejamento”, diz.

Para Marcia Hirota, diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica, o fato de o desperdício ter sido o segundo ponto mais citado demonstra que as pessoas também estão atentas à importância da economia e ao uso racional da água. “Entenderam, principalmente, que este é um bem finito, ao contrário do mito da abundância de água, e que o uso precisa ser feito com responsabilidade por todos, inclusive por parte do poder público”, diz.

O “desmatamento da Mata Atlântica” foi citado por 44,75% dos participantes. “Isso reforça positivamente nosso trabalho no desenvolvimento do Atlas da Mata Atlântica, que monitora o desflorestamento, e evidencia a consciência da população sobre o papel da floresta para garantir água, além da importância da restauração florestal e da proteção das matas ciliares. Essa percepção contribui ainda para potencializarmos a mobilização e envolvimento de mais pessoas na causa ambiental”, conclui Marcia.

Confira a pesquisa completa no Blog do Planeta.


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