FAO quer mais ação para combater
insegurança alimentar em conflitos.
por
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU
Foto: ONU/Albert González Farran
Diretor-geral da agência diz que guerras e
confrontos destroem a base produtiva do país e criam círculo vicioso; José
Graziano da Silva afirma que mulheres precisam ser ainda mais apoiadas em
programas de combate à fome.
O aumento no número de conflitos e guerra pelo
mundo está agravando a situação da insegurança alimentar em várias regiões,
especialmente do norte da África e do Oriente Médio.
O alerta é da Organização das Nações Unidas para
Agricultural e Alimentação, FAO. Em entrevista à Rádio ONU, o chefe da FAO,
José Graziano da Silva, diz que os conflitos destroem a base produtiva de
alimentos, formando um círculo vicioso.
Fome e terrorismo
Graziano da Silva está em Nova York, nesta
segunda-feira, para participar de uma reunião da Comissão de Consolidação da
Paz e falar da relação entre confrontos e fome.
“Sem segurança alimentar não é possível se alcançar
a paz. E hoje, num mundo globalizado, a segurança alimentar não é possível num
país só, se ele estiver cercado de países com fome. Nós vemos isso claramente
hoje em várias regiões, em particular no Oriente Médio e no norte da África.
O
conflito alimentando a fome e a fome alimentando o conflito. (…) Nós temos que
agir preventivamente para evitar que isso aconteça. A fome, infelizmente, mata
mais que a guerra e o terrorismo juntos.”
Mulheres
Uma das preocupações da FAO é também com a situação
de mulheres e crianças, as primeiras vítimas de conflito e insegurança
alimentar. Para José Graziano da Silva, é preciso investir ainda mais no apoio
às mulheres na hora de combater situações de insegurança alimentar e conflito.
“As mulheres são a chave da solução porque a
mulher, desde a concepção, ela é quem alimenta a vida. E o que nós vemos é que
as mulheres se encarregam da alimentação da família, principalmente das
crianças. Ela que é a provedora, digamos, em situação de necessidade. Nós temos
uma experiência muito interessante nos países latino-americanos. Quando o dinheiro
é entregue à mulher, mais de 95% vai para alimentação da família.”
De acordo com a FAO, 805 milhões de pessoas em todo
o mundo vivem em situação de insegurança alimentar.
A Comissão de Consolidação da Paz, que dirige o
evento sobre conflitos e fome, é liderada pelo embaixador do Brasil junto à
ONU, Antonio Patriota.
Fonte: Rádio ONU
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