Projeto que alia inclusão digital
e reciclagem de eletrônicos ganha prêmio internacional.
por
Redação do EcoD
Computadores reformados na Fábrica Verde na comunidade
de Nova Brasilia. Fotos: Ascom SEA.
O projeto Fábrica Verde, desenvolvido pela
Secretaria Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro em comunidades do estado,
recebeu, em Paris, na França, a certificação Climate Actions Leader, concedida
pela organização não governamental (ONG) R20 – Regions Climate Action, criada
pelo ator e ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, e outros
líderes mundiais e que é apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O Fábrica Verde reduz a geração do lixo eletrônico
e faz a capacitação profissional de jovens na montagem e recuperação de
computadores a partir de peças e equipamentos descartados. Os computadores que
são reformados ou montados pelos alunos, com peças dos equipamentos antigos,
são doados para telecentros e para pesquisa escolar dos moradores das
comunidades. Na avaliação do secretário de Estado do Ambiente, Carlos Portinho,
o projeto contribui com a economia verde, estimulada pela R20, e qualifica
jovens em situação de vulnerabilidade, indicando, para eles, um caminho com
geração de renda.
Em 2014, o Fábrica Verde passou de cinco para 14
núcleos na capital, na Baixada Fluminense e no interior do Rio de Janeiro e
formou 1.097 pessoas. A expectativa é que, até o fim do ano, mais 510 alunos
completem os cursos. Em dois anos, o maior núcleo do projeto, que é o da
Rocinha, formou 620 pessoas e reaproveitou 660 micros que seriam descartados.
Na sexta-feira, 24 de outubro, Portinho dividiu a
premiação com os integrantes dos 14 núcleos em uma cerimônia para celebrar a
certificação na sede do Projeto EcoModa Rocinha. Cada um deles recebeu uma
réplica do certificado R20. O secretário espera que agora, com o reconhecimento
internacional, o projeto possa atrair grandes empresas.
Reconhecimento internacional
“Que a gente possa buscar a parceria de empresas do
ramo de telecomunicações, de informática, uma Google, uma Apple ou uma
Microsoft. Qualquer empresa que queira associar a sua marca a um projeto que
tem um reconhecimento internacional de sustentabilidade. O projeto Fábrica
Verde não só contribui na reciclagem nos equipamentos de informática, como os
jovens que participam têm aulas de informática e de montagem e saem capacitados
e os produtos que eles constroem podem atender às comunidades”, destacou.
A coordenadora da Fábrica Verde Rocinha, Cíntia
Porto, destacou que estava feliz em saber que o projeto agora é reconhecido
internacionalmente. “A Fábrica Verde Rocinha tem dois anos e meio e estamos
formando a oitava turma. Já passaram por aqui 620 alunos. Com o projeto
conseguimos mudar muita coisa na comunidade, além das aulas de montagem e
manutenção na fábrica, a gente tem vários parceiros que trabalham com a gente para
oferecer bem-estar na comunidade”, disse.
Questão ambiental
Na avaliação do coordenador da Fábrica Verde da
Chacrinha, Alisson Lima de Souza, é importante também levar em consideração a
questão ambiental. “Já trabalhamos com mais de 400 alunos, todos do entorno da
comunidade. Estamos felizes porque conseguimos trabalhar com esses alunos e dar
oportunidade para eles terem uma profissão. Em contrapartida, o projeto também
trabalha com a questão ambiental. Temos a preocupação de passar não só as
questões técnicas, como as ambientais”, completou.
Agora o projeto Fábrica Verde vai estender a
inclusão digital para pessoas da terceira idade. Já foram abertas as inscrições
para aulas de informática no núcleo no Morro da Chacrinha, na zona norte do
Rio.
Fonte: EcoD
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