Estudo mostra redução das
desigualdades entre as regiões metropolitanas.
por Ana
Cristina Campos e Sabrina Craide, da Agência Brasil
Entre as 16 regiões metropolitanas analisadas, São
Paulo teve o maior IDHM. Foto: Shutterstock.
O IDHM é calculado levando em conta três
fatores: expectativa de vida, renda per capita e acesso ao conhecimento, que
considera a escolaridade da população adulta e o fluxo escolar da população
jovem.
Os indicadores socioeconômicos das regiões
metropolitanas brasileiras melhoraram entre 2000 e 2010 e mostram redução das
disparidades entre metrópoles do Norte e do Sul do país. Os dados constam do Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolitanas
Brasileiras, divulgado na última terça-feira (25), fruto de
parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro.
De acordo com o atlas, entre 2000 e 2010, as
disparidades entre as 16 regiões metropolitanas analisadas diminuíram e todas
se encontram na faixa de alto desenvolvimento humano. A análise leva em conta o
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM).
As regiões metropolitanas que apresentaram os
maiores valores para o IDHM em 2010 foram São Paulo (0,794), Distrito Federal e
Entorno (0,792), Curitiba (0,783), Belo Horizonte (0,774) e Vitória (0,772),
todas com índices mais altos que os apresentados em 2000.
As regiões metropolitanas de mais baixo IDHM, em
2010, eram Manaus (0,720), Belém (0,729), Fortaleza (0,732), Natal (0,732) e
Recife (0,734). Essas regiões, na mesma ordem, eram as de menor IDHM, em 2000.
Entretanto, todas melhoraram.
Em 2000, apenas São Paulo tinha índice de
desenvolvimento humano alto. Manaus tinha baixo e as outras regiões, médio. Em
2010, todas passaram a ter IDHM alto.
Em 2010, a diferença registrada entre a região
metropolitana com o maior e o menor IDHM foi 0,074 pontos ou 10,3%. Enquanto
São Paulo ficou com índice 0,794, Manaus estava com IDHM 0,720. Dez anos antes,
essa diferença era 22,1%.
O IDHM é um número que varia entre 0 a 1: quanto
mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano de um estado, município ou
região metropolitana. O índice é calculado levando em conta três fatores:
expectativa de vida, renda per capita e acesso ao conhecimento, que considera a
escolaridade da população adulta e o fluxo escolar da população jovem.
Os dados do atlas são calculados com base nos
Censos Demográficos de 2000 e 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística ( IBGE).
Entre 2000 e 2010, as regiões metropolitanas que
apresentavam um IDHM menor tiveram avanço maior e as que tinham índices maiores
cresceram menos. Isso fez com que as diferenças entre as regiões metropolitanas
diminuíssem, resultando em maior equilíbrio entre as 16 regiões pesquisadas
(Belém, Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Distrito Federal e Entorno,
Fortaleza, Goiânia, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro,
Salvador, São Luís, São Paulo e Vitória). Essas 16 regiões correspondem a quase
50% da população brasileira.
No período analisado, as regiões metropolitanas que
tiveram o maior avanço no IDHM, em termos relativos, foram Manaus, Fortaleza,
São Luís, Belém e Natal. As que tiveram menor avanço foram as de São Paulo,
Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória.
Para o representante do Pnud no Brasil, Jorge
Chediek, gestores públicos e população devem usar os dados do atlas não apenas
para constatar as disparidades, mas também para direcionar e reivindicar
políticas pública inclusivas e eficientes para as áreas mais carentes.
“Para além de evidenciar o fato de que o país ainda
tem um caminho a percorrer na redução das desigualdades em suas cidades, a
intenção do atlas é justamente ajudar no estabelecimento de políticas
inclusivas que tenham como fim a melhoria das condições de vida das pessoas”,
disse.
Além das regiões metropolitanas, foram pesquisadas
9.825 unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs), conceito próximo ao de
bairros. Nessas UDHs, “é possível notar níveis significativos de desigualdades
intrametropolitana”, aponta o atlas.
Faixas de Desenvolviemnto Humano Municipal
* Edição: Denise Griesinger.
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário