ISA lança mapa Amazônia
Brasileira 2014 no Congresso Mundial de Parques.
por
Silvia de Melo Futada, do ISA
Foi nessa quinta-feira, 13/11, em Sydney, na
Austrália, durante evento promovido pela IUCN (International Union for the
Protection of Nature).
Lançado na tarde do dia 13/11, o Mapa Amazônia
Brasileira 2014, editado desde 2004,é uma reedição atualizada de um estudo
sistemático que o Programa Monitoramento de Áreas Protegidas do Instituto
Socioambiental executa historicamente há mais de 20 anos.
Atualmente a Amazônia Brasileira conta com 315
Unidades de Conservação federais e estaduais e as 420 Terras Indígenas
(reconhecidas, homologadas ou em processo de reconhecimento), resultado da
constante luta pelos direitos dos povos, pela justiça socioambiental e pela
conservação da biodiversidade, que somam 204.416.393 hectares, ou seja,
aproximadamente 40% da Amazônia Legal Brasileira.
Esses territórios garantem o direito à reprodução
cultural e modos de vida de mais de 173 diferentes povos indígenas e diversas
comunidades tradicionais, contribuindo na conservação da biodiversidade e dos
processos ecossistêmicos, na manutenção das condições climáticas em micro e
macro escala e na salvaguarda dos cursos d’água, muitos dos quais abastecem a
maioria da população brasileira que habita os grandes centros urbanos.
A Amazônia Legal Brasileira possui uma extensão de
mais de 500 milhões de hectares e engloba todo o bioma Amazônico, 37% do bioma
Cerrado e 40% do bioma Pantanal, representando aproximadamente 60% do
território brasileiro e, segundo o Censo 2010, quase 25 milhões de habitantes,
dentre os quais mais de 433 mil indígenas e diversas comunidades extrativistas
tradicionais, dentre elas seringueiros, castanheiros, pescadores artesanais e
quebradeiras de coco de babaçu.
As Terras Indígenas (TI) e as Unidades de
Conservação (UC) na Amazônia Brasileira enfrentam muitos desafios: a expansão
da fronteira agropecuária, a mineração, a exploração de madeira ilegais e as
grandes obras de infraestrutura nos projetos de governo, como estradas e
hidrelétricas.
Desmatamento na Amazônia
De acordo com dados do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe/Prodes 2014) analisados em relação aos limites das
UCs e TIs produzidos pelo ISA, 148.345.913 hectares dessas unidades
correspondem originalmente a formações florestais, o que corresponde a 72,5% da
extensão total das 270 UCs (não foram consideradas as 46 UCs da categoria APA)
e 420 TIs na Amazônia Brasileira (a metodologia monitora apenas as formações
florestais excluindo-se as formações não florestais, corpos d’água e áreas não
mapeadas por estarem cobertas por nuvens).
Enquanto as TIs e UCs apresentam desmatamento florestal
acumulado de 2% em seus limites, o que representa 3,9% do total observado na
Amazônia Brasileira, o restante, do desmatamento (96,1%), ocorreu em
propriedades particulares e terras públicas fora das UCs e Tis. Isso as coloca
como ponto fundamental na estratégia de contenção do desmatamento na Amazônia e
na viabilização de um modelo de desenvolvimento regional justo, que contemple
os diferentes modos de vida e apropriação do território, como alternativa ao
modelo predatório desenvolvimentista.
Com mais de 5 mil inscritos e 160 países
representados, o evento internacional que vai de 12 a 19 de novembro, teve como
destaque os povos do Pacífico, que chegaram de canoa à Baía de Sydney, no dia
da abertura, após viagem de quatro semanas. Saiba mais sobre o Congresso
Mundial de Parques 2014: http://worldparkscongress.org/
Para saber mais sobre Unidades de Conservação e
Terras Indígenas na Amazônia Brasileira consulte os sites especializados do
ISA: http://uc.socioambiental.org, http://ti.socioambiental.org e
http://pib.socioambiental.org.
Fonte: Instituto Socioambiental
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