Emissões de gases de efeito
estufa caem mais de 40% em sete anos.
por
Andreia Verdélio, da Agência Brasil
Emissões
do setor de energia cresceram 35,9% em quantidade de emissões entre 2005 e 2012.
As estimativas de emissões de gases de efeito
estufa no Brasil entre 2005 e 2012 caíram 41,1%, de acordo com a segunda edição
do relatório Estimativas Anuais de Emissões de Gases de Efeito Estufa, lançado
hoje (13) pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O total de
emissões em 2012 foi 1,2 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente ,
contra 2,03 bilhões em 2005. Os setores de energia e agropecuária dividem a
liderança como maiores emissores, em 2012, com 37% das emissões cada.
O setor de uso da terra e floresta, que em 2005
representavam 58% das emissões de gás carbônico equivalente, em 2012 passaram a
registrar 15% das emissões no país em 2012, como resultado da queda nas taxas
de desmatamento a partir de 2004. Os processos industriais e tratamento de
resíduos somam 7% e 4% das emissões, respectivamente.
Para o secretário de Políticas e Programas de
Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, Carlos Nobre, pela trajetória apresentada,
o Brasil poderá atingir as metas máximas de emissão antes do prazo previsto, em
2020. A projeção de emissões de gases de efeito estufa foi estimada em 3,2
milhões de toneladas de gás carbônico equivalente para 2020, compromisso
assumido voluntariamente pelo Brasil na Convenção do Clima em Copenhague, em
2009. As emissões em 2012 estão 44% menores do que o projetado para o ano.
“Vemos que as emissões pelo uso da terra e florestas
continuam descendentes. Outra boa notícia é que as emissões da agropecuária
sinalizam tendência de estabilização bem mais rápida do que supúnhamos. As
emissões cresceram 7%, só que o produto agrícola bruto aumentou entre 26% e 28%
e ainda não dá para mensurar os resultados do Plano ABC [Agricultura de Baixa
Emissão de Carbono, implementado em 2010]”, destacou o secretário.
Apesar do sucesso nessas duas áreas, o setor de
energia cresceu 35,9% em quantidade de emissões entre 2005 e 2012. “Energia
renovável não é mais uma alternativa, fontes renováveis, como eólica e solar,
são a energia do futuro próximo, não é mais daqui muitas décadas. E o Brasil é
privilegiado, porque é o país que tem a maior quantidade de potencial de
energia renovável continental por quilômetro quadrado, somando o vento, o sol,
a água e a biomassa, então temos que dar vazão a esse potencial, fazer um
esforço para a substituição nas próximas décadas de energia fóssil por
renovável. Isso é mandatório para não deixar o planeta superaquecer”, explicou
Carlos Nobre.
O MCTI também apresentou hoje o projeto Opções de
Mitigação de Emissões de Gases de Efeitos Estufa em Setores-Chave do Brasil,
executado em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e
com apoio financeiro do Fundo Mundial para o Meio Ambiente.
O objetivo é contribuir para fortalecer a
capacidade do governo brasileiro para lidar com mudanças do clima com politicas
públicas que sejam adaptadas à realidade do país. O setores-chave de estudo do
projeto são: indústria, energia, residencial e serviços, Lulucf (sigla em
inglês para usos da terra e florestas), transportes, gestão de resíduos e
opções intersetoriais.
O coordenador técnico do projeto, Régis Rathmann,
diz que a perspectiva é que em março de 2015 a primeira rodada de informações
seja apresentada para subsidiar o governo brasileiro na tomada de decisões
sobre a proposta de políticas climáticas na Convenção do Clima em Paris, no ano
que vem. “Agora estamos no componente de análises setoriais do projeto, olhando
individualmente cada setor. E só a partir da integração dessas análises
conseguiremos medir o potencial real de mitigação para esses diferentes setores
e consequentemente para a economia brasileira”, explicou Rathmann.
* Edição: Fábio Massalli,
Fonte: Agência Brasil
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