Precificação de carbono pode alavancar a inovação e a competitividade do Brasil.
Vídeo do CDP e CEBDS traz opiniões de
diferentes stakeholders brasileiros sobre precificação de carbono
14 de dezembro de 2015 – No
momento em que se celebra a assinatura do acordo climático por 195 países na
COP 21, em Paris, o CDP – Carbon Disclosure Project e o
Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)
lançam luz sobre uma discussão-chave para endereçar o desafio de manter o
aumento da temperatura do planeta dentro do limite seguro de 1,5ºC ao divulgar
um vídeo com opiniões de personalidades brasileiras e do exterior sobre a
precificação de carbono.
Assim como foi reconhecido no texto do acordo
climático assinado em Paris, atribuir um preço ao carbono é fundamental para
direcionar os trilhões de dólares necessários para impulsionar a economia de
baixo carbono. Pelas suas vantagens comparativas, o Brasil tem condições de ser
protagonista nesse processo, como ocorreu durante as negociações do acordo do
clima de Paris, em que o nosso país ocupou posição de destaque.
“Procuramos ouvir diferentes lideranças de
governos, empresas e da sociedade civil a fim de reunir subsídios para
construção de uma agenda positiva sobre precificação de carbono, visando
alavancar a inovação e a competitividade do Brasil”, afirma Juliana Lopes,
diretora do CDP para América Latina.
O vídeo faz parte de um projeto do CDP e do
CEBDS, apoiado pelo Instituto Clima e Sociedade – ICS, e inclui um guia com o
objetivo esclarecer o que é a precificação de carbono, seus mecanismos e
exemplos de sua aplicação por governos, empresas e investidores, bem como um
estudo de caso sobre uso de preço interno de carbono.
“Pretendemos aprofundar a discussão e evoluir
nessa pauta, que ainda está muito focada em quem é contra e quem é a favor”,
afirma Marina Grossi, presidente do CEBDS. Segundo ela, é preciso discutir os
modelos e aprofundar a questão. “Está cada vez mais claro que já estamos
percebendo que a precificação do carbono é uma grande vantagem para as empresas
brasileiras e para o Brasil”, acrescenta a presidente do CEBDS.
O CDP e o CEBDS iniciaram este projeto em 2015,
para engajar empresas, investidores, governos e sociedade civil em diálogos
sobre precificação de carbono. Em uma dessas sessões, os stakeholders brasileiros
puderam conhecer o Rotas de Precificação de Carbono (do inglês, Carbon
Pricing Pathways), um conjunto de ferramentas, elaborado pelo CDP e
pelo We Mean Businesspara estimular o diálogo produtivo e
progressivo sobre os valores específicos que precisam ser atribuídos ao custo
das emissões de gases de efeito estufa.
Instrumento para tomada de decisão
Cada vez mais negócios estão trabalhando com a
precificação de carbono por meio da definição de um preço interno de carbono,
também conhecido como shadow price, para se antecipar à regulação
futura mais restritiva em termos de emissões de gases de efeito estufa e também
para orientar a decisão de investimento.
A exemplo disso, o número de empresas que
reportou o uso de um preço interno de carbono ao CDP triplicou de 150, em 2013,
para 437, em 2015, segundo o estudo “Putting a price on risk: Carbon
pricing in the corporate world” do CDP.
A Cemig é uma dessas empresas e sua experiência é
relatada no vídeo e também em um estudo de caso específico sobre o tema.
Segundo a Cemig, a definição de um preço interno de carbono é relevante para a
tomada de decisão em diferentes contextos. Por exemplo, para avaliação do risco
do aumento de emissões de gases de efeito estufa na sua matriz energética, nos
processos de due diligence relativos a aquisições, fusões e
implantação de novos ativos que a utilizam.
Fonte: ENVOLVERDE
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