sábado, 26 de dezembro de 2015

 Livro atrai público diversificado ao desvendar histórias por detrás das paisagens.
Aproximadamente 200 pessoas compareceram ao lançamento nacional da obra, em Brasília. Iniciativa faz parte do trabalho de popularização da Ciência da escritora e bióloga Nurit Bensusan.

Com ilustrações que conquistaram crianças e adultos, o livro 7 Histórias de Paisagens e Uma Biografia, da editora Mil Folhas e Três Joaninhas (ligada ao Instituto Internacional de Educação do Brasil – IEB) foi lançado no último dia 10, em Brasília (DF). De autoria da bióloga brasiliense Nurit Bensusan, a obra faz uma contextualização histórica e cultural das principais paisagens pelo mundo, desconstruindo clichês e destacando a importância da conservação desses espaços, independente das áreas terem sido transformadas pelas atividades humanas. Na ocasião, foi comemorado o primeiro ano da editora Mil Folhas, especializada em temas socioambientais, e os 18 anos do IEB.

Autora de mais de 15 títulos técnicos sobre Ciência e meio ambiente, e seis livros infanto-juvenis, Nurit Bensusan se diz instigada com a grande repercussão de sua nova obra. O livro 7 Histórias de Paisagens e Uma Biografiadestaca os principais processos de transformação das paisagens, passando pela savana africana, a Amazônia, os bosques de Minnesota, Tierra del Fuego (ilha localizada ao sul da Patagônia) e Madagascar.

“Mais do que atingir minhas expectativas, acho que elas foram até superadas. Acredito que o livro vendeu tanto porque essas ilustrações são sensacionais e também porque o texto realmente está espelhado nelas. Esse livro, talvez mais do que qualquer outro que eu tenha escrito na minha vida, conta com uma ilustração que está umbilicalmente ligada ao texto e como elas são muito legais, acho que desperta ainda mais o interesse das pessoas pelas histórias das paisagens”, avalia a autora.

Diante dos bons resultados durante o lançamento, que reuniu pelo menos 200 pessoas em um café de Brasília, a autora não descarta a possibilidade de concorrer futuramente a premiações literárias. Em 2012, Bensusan lançou o livro-jogo Rio + 20, +21, +22, +23… na abertura da conferência internacional e com os títulos Quanto Dura Um Rinoceronte? (2012) e Labirintos – Parques Nacionais (2012), concorreu ao Prêmio MalbaTahan, da Fundação Nacional do Livro Infanto-juvenil (FNLIJ), conquistando o primeiro lugar na categoria Informativo para o Labirintos – Parques Nacionais, e o selo Altamente Recomendável para Quanto Dura Um Rinoceronte?. Em 2013, Nurit destacou-se nacionalmente como finalista do prêmio Jabuti, com Labirintos – Parques Nacionais. Sua última obra destinada ao público infanto-juvenil, Dividir Para Quê? – Biomas do Brasil, foi lançada em outubro de 2015.

“A gente vai se candidatar ao Prêmio da Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil, com o Dividir Para Quê? – Biomas do Brasil; e vamos inscrever agora esse. Vamos aguardar o ano que vem, tem aí o prêmio Jabuti, tomara que tenhamos bons resultados. Também acho que esses livros têm grande chance de ganharem prêmios de Ilustração e Design.”, comenta.

Sintonia em cores

Com cores fortes, formas geométricas e animais detalhados, a tão elogiada ilustração da obra, assinada pela artista plástica e ilustradora carioca Ana Cartaxo, tem chamado a atenção dos leitores. Durante o lançamento, ela expôs parte das 34 gravuras em aquarela que preenchem os espaços das 60 páginas do livro e comentou a sintonia com Nurit Bensusan e o escritório de design Grande Circular, responsável pelo projeto gráfico do livro.

“A gente (Ana e Nurit) já vem trabalhando juntas há alguns anos e a sintonia vai afinando a cada projeto que a gente faz. Nesse projeto pareceu que estávamos lendo o pensamento uma da outra. Também foi delicioso trabalhar com o pessoal do Grande Circular”, afirma. “A expectativa agora é ganhar o mundo”, brinca. “Quero continuar fazendo projetos desse tipo com ela”, conclui.

Acompanhada da colega Judith Zuquim, a psicóloga Angela Jacklane Martins Cabral prestigiou o lançamento e elogiou autora e obra.

“Acho que a forma com que ela se propôs a fazer o livro e o trabalho artístico da Ana Cartaxo tornam ele um meio mais acessível para se tratar assuntos que são tão importantes e que são muito falados, mas que precisam despertar mais consciência. É preciso sair do discurso e ir para a prática. O trabalho dela é muito relevante, aprovei”, diz.

Reconhecimento

Durante o evento foi comemorado o aniversário de 18 anos do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), que desenvolve e fortalece ações voltadas para a sustentabilidade e a conservação do meio ambiente. De acordo com Nurit Bensusan, que participou da trajetória da ONG entre 2006 e 2008, e atua como consultora até a atualidade, a criação da editora Mil Folhas (há um ano) e do selo Mil Folhas e Três Joaninhas (voltada publicações infanto-juvenis) têm contribuído cada vez mais para o avanço da sociedade na temática socioambiental.

“O IEB é uma instituição muito bacana porque ela trabalha com a ideia de fortalecer instituições e capacitar pessoas para que façam a diferença nessa área socioambiental. Não são muitas instituições que apostam nisso, que acabam sendo uma atividade ‘meio’ e não ‘fim’.”, avalia Bensusan.

Maria José Gontijo, diretora executiva do IEB, faz um balanço positivo dos anos de trabalho desenvolvidos em Brasília, Belém e Sul do Amazonas, com projetos que gravitam em torno de três eixos temáticos: Apoio à pesquisa, formação e capacitação; Fortalecimento institucional; e Manejo de recursos naturais e gestão territorial.

“Estamos sempre aprendendo que não basta treinar e capacitar as comunidades e depois ir embora. É preciso estar lá acessível. O balanço é muito positivo, pois percebemos todos os dias que as gentes amazônicas são capazes de fazer a luta coletiva cada um e cada uma na briga pela terra, por políticas inclusivas. O IEB só ajuda se fazendo presente e dando voz. Os vetores da mudança são as próprias comunidades.”, comenta.

Sobre a recente criação da editora Mil Folhas pelo IEB, Gontijo explica que, assim como os demais trabalhos desenvolvidos pela instituição, a intenção é colaborar com a construção de uma sociedade mais justa e orientada por valores humanos.
“É um caminho longo que, para ser consistente precisa ser trilhado coletivamente. A Editora Mil Folhas foi um sonho acalentado há bastante tempo e que se tornou realidade. Agora, a Mil Folhas e Três Joaninhas trouxe um desafio novo, mas muito gostoso: falar de meio ambiente, sustentabilidade, biodiversidade para quem vai ser adulto amanhã. Nossa pretensão é influenciar os corações e as mentes desses novos adultos para que eles façam pelo planeta o que nossa geração não fez.”, afirma. 

Sobre Nurit Bensusan:

Bióloga e engenheira florestal, pós-graduada em História e Filosofia da Ciência pela Universidade Hebraica de Jerusalém, mestre em Ecologia e doutora em Educação pela Universidade de Brasília (UnB). É criadora da Biolúdica, oficina de jogos com temas biológicos voltada para crianças e adolescentes. Participa também do coletivo de ideias Biotrix. Possui mais de 15 livros publicados, entre eles  Biodiversidade: é para comer, vestir ou passar no cabelo (IEB);  Meio Ambiente: e eu com isso? (Ed. Peirópolis); Quanto dura um rinoceronte? (Ed. Peirópolis) ;Seria melhor mandar ladrilhar? (Editora Universidade de Brasília e Peirópolis) e A diversidade cabe na unidade: áreas protegidas no Brasil (Ed. Mil Folhas). Seu livro Labirintos: parque nacionais (Ed. Peirópolis) ganhou o Prêmio MalbaTahan da Fundação Nacional do Livro Infanto-juvenil (FNLIJ) e foi finalista do prêmio Jabuti, em 2013. Foi responsável pela área de biodiversidade e coordenadora de políticas públicas do WWF Brasil, coordenadora de biodiversidade no Instituto Socioambiental e coordenadora do núcleo de gestão do conhecimento do Instituto Internacional de Educação do Brasil. Hoje é professora visitante da Universidade de Brasília.
Detalhes do livro:

Classificação: livre
Valor do livro: R$ 60,00
Pontos de vendas: Livraria da Editora Mil Folhas
Mais informações: http://www.iieb.org.br/

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