Os
pescadores que já salvaram 6 mil peixes do desastre em Mariana.
Estima-se terem sido salvos mais de 6 mil peixes de
20 diferentes espécies. Foto: © TV Gazeta.
A lama tóxica proveniente das barragens da
mineradora Samarco em Mariana (MG) já comprometeu a vida de milhões de peixes
desde Minas Gerais até o Espírito Santo. Para tentar minimizar os danos deste,
que já é considerado o maior desastre ambiental da história do Brasil, centenas
de pescadores se uniram para tentar salvar o que ainda resta de biodiversidade
sob a água.
Em uma operação batizada de “Arca de Noé”, os
pescadores se uniram a ONGs e a civis para coletar o maior número de peixes
possível e realocá-los em açudes construídos do outro lado do Rio Doce, de cujo
leito a lama tomou conta.
Ao todo, estima-se terem sido salvos mais de 6 mil
peixes de 20 diferentes espécies, como robalos, dourados e corvinas. Para a
operação, mais de 50 embarcações ficaram no rio das 7h às 19h. Os peixes
coletados eram colocados em tanques e levados por caminhões para os açudes de
proteção.
A lama do desastre já chegou ao mar do Espírito
Santo, comprometendo toda a fauna do rio. Na região de Regência, na foz do rio,
o projeto Tamar precisou deslocar da área tartarugas e seus ninhos para que não
fossem afetados pela lama.
Diante de mais de uma centena de pescadores, o
chefe da Arca de Noé, o fotógrafo — e pescador — Edson Negrelli, explicou ao
jornal Zero Hora como surgiu a ideia: “Foram quatro malucos, incluindo eu, que
pensaram nisso. Aí um de nós falou em Arca de Noé. A ideia se espalhou pelos
municípios vizinhos, Linhares e Baixo Guandu. Lá também botaram isso em
prática. Nunca pensei que essa nossa intenção fosse tomar a proporção que
tomou. Graças a Deus estamos conseguindo fazer nossa parte”.
Fonte: EcoD
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