terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Energias renováveis são protagonistas dos primeiros dias da COP 21.
Marcha pelo Clima em São Paulo. Milhares de brasileiros foram às ruas para pressionar os líderes que estão na COP 21 a fazer um acordo ambicioso contra as mudanças climáticas. Foto: ©Zé Gabriel / Greenpeace.

Lançamento de iniciativas, compromissos de um futuro 100% renováveis em alguns países e investimentos no setor irão garantir que as fontes renováveis avances e garantam a redução de emissões de gases de efeito estufa.

A Conferência do Clima começou só há 3 dias e já temos boas notícias para o setor energético. Se depender dos compromissos firmados até agora, o futuro será de fontes mais limpas e energia 100% renovável. É um cenário crucial para diminuir as emissões de gases de efeito estufa e para evitar que a Terra aqueça mais do que 2 graus Celsius.

O governo da Índia foi um dos protagonistas até agora. Lançou uma aliança envolvendo 120 nações para impulsionar a energia solar nos países em desenvolvimento. O objetivo é que os governos mais ricos transfiram tecnologia e financiem a adesão à energia solar como forma, inclusive, de acabar com a pobreza em outras nações. Entre as que aderiram à aliança estão Chile, Estados Unidos, Indonésia e Nigéria.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, descreveu a iniciativa como “o amanhecer de uma nova esperança”, não apenas para o setor energético mas, principalmente, para as comunidades que ainda vivem sem eletricidade – situação de 300 milhões de indianos que moram em áreas rurais. “O sonho de acesso universal à energia limpa está se tornando realidade. Esta será a base da nova economia do próximo século”, disse Modi. A Índia está investindo inicialmente 30 milhões de dólares na aliança. E a próxima etapa é conseguir mais 400 milhões de dólares dos demais países.

Outro apoio de peso para as renováveis veio de alguns dos maiores bilionários do planeta. Vinte personalidades, como Bill Gates e Mark Zuckerberg, criaram um fundo privado. O Breakthrough Energy Coalition, como foi chamado, terá parcerias público-privadas entre governos, instituições de pesquisas e os investidores dando um boom nas fontes renováveis no mundo todo.

O governo de Dubai, maior cidade dos Emirados Árabes, também anunciou investimentos para se tornar uma referência energético. Até 2030 todos os telhados de edifícios deverão ter placas fotovoltaicas. O objetivo de longo prazo é que a cidade gere 25% de sua energia a partor de fontes limpas até 2030. Até 2050, a meta é ter 75%.

Esse ano de 2050 será um momento de virada no cenário de geração energética. Dos países mais afetados pelas mudanças climáticas, 43 já se comprometeram a ter 100% energias renováveis até lá. “O ideal é que todos os governantes presentes na COP saiam de Paris com uma meta assim. E a sociedade civil está aqui pressionando essas decisões”, afirmou Pedro Telles, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.

Em seu discurso, na segunda-feira (30/11), Dilma Rousseff disse que o Brasil irá aumentar sua matriz de energias renováveis nos próximos anos. Se olharmos os números propostos, no entanto, veremos que o governo não traz ambições e estaremos em 2030 com praticamente o mesmo percentual de renováveis de hoje.

Já sabemos que o país tem potencial de explorar muito mais a energia do sol e dos ventos. O governo deve aproveitar a oportunidade da COP 21 e propor mudanças concretas para que sejamos um desses países a liderar a revolução energética e ter 100% energias renováveis em 2050.


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