Energias
renováveis são protagonistas dos primeiros dias da COP 21.
Marcha pelo Clima em São Paulo. Milhares de
brasileiros foram às ruas para pressionar os líderes que estão na COP 21 a
fazer um acordo ambicioso contra as mudanças climáticas. Foto: ©Zé Gabriel /
Greenpeace.
Lançamento de iniciativas, compromissos de um
futuro 100% renováveis em alguns países e investimentos no setor irão garantir
que as fontes renováveis avances e garantam a redução de emissões de gases de
efeito estufa.
A Conferência do Clima começou só há 3 dias e já
temos boas notícias para o setor energético. Se depender dos compromissos
firmados até agora, o futuro será de fontes mais limpas e energia 100%
renovável. É um cenário crucial para diminuir as emissões de gases de efeito
estufa e para evitar que a Terra aqueça mais do que 2 graus Celsius.
O governo da Índia foi um dos protagonistas até
agora. Lançou uma aliança envolvendo 120 nações para impulsionar a energia
solar nos países em desenvolvimento. O objetivo é que os governos mais ricos
transfiram tecnologia e financiem a adesão à energia solar como forma,
inclusive, de acabar com a pobreza em outras nações. Entre as que aderiram à
aliança estão Chile, Estados Unidos, Indonésia e Nigéria.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi,
descreveu a iniciativa como “o amanhecer de uma nova esperança”, não apenas
para o setor energético mas, principalmente, para as comunidades que ainda
vivem sem eletricidade – situação de 300 milhões de indianos que moram em áreas
rurais. “O sonho de acesso universal à energia limpa está se tornando
realidade. Esta será a base da nova economia do próximo século”, disse Modi. A
Índia está investindo inicialmente 30 milhões de dólares na aliança. E a
próxima etapa é conseguir mais 400 milhões de dólares dos demais países.
Outro apoio de peso para as renováveis veio de
alguns dos maiores bilionários do planeta. Vinte personalidades, como Bill
Gates e Mark Zuckerberg, criaram um fundo privado. O Breakthrough Energy
Coalition, como foi chamado, terá parcerias público-privadas entre governos,
instituições de pesquisas e os investidores dando um boom nas fontes renováveis
no mundo todo.
O governo de Dubai, maior cidade dos Emirados
Árabes, também anunciou investimentos para se tornar uma referência energético.
Até 2030 todos os telhados de edifícios deverão ter placas fotovoltaicas. O
objetivo de longo prazo é que a cidade gere 25% de sua energia a partor de
fontes limpas até 2030. Até 2050, a meta é ter 75%.
Esse ano de 2050 será um momento de virada no
cenário de geração energética. Dos países mais afetados pelas mudanças
climáticas, 43 já se comprometeram a ter 100% energias renováveis até lá. “O
ideal é que todos os governantes presentes na COP saiam de Paris com uma meta
assim. E a sociedade civil está aqui pressionando essas decisões”, afirmou
Pedro Telles, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
Em seu discurso, na segunda-feira (30/11), Dilma
Rousseff disse que o Brasil irá aumentar sua matriz de energias renováveis nos
próximos anos. Se olharmos os números propostos, no entanto, veremos que o
governo não traz ambições e estaremos em 2030 com praticamente o mesmo
percentual de renováveis de hoje.
Já sabemos que o país tem potencial de explorar
muito mais a energia do sol e dos ventos. O governo deve aproveitar a
oportunidade da COP 21 e propor mudanças concretas para que sejamos um desses
países a liderar a revolução energética e ter 100% energias renováveis em 2050.
Fonte: Greenpeace Brasil
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