quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Indústria do fracking abre falência nos Estados Unidos.
Foto: Dan Molinski / The Wall Street Journal

“Não há mais com esconder a farsa da pujança financeira do fracking nos Estados Unidos”. A afirmação é do coordenador nacional da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil – Dr. Eng. Juliano Bueno de Araujo, diante da onda de falências de empresas ligadas à indústria do hidrocarboneto, principalmente as que fazem fraturamento hidráulico, o fracking, que permite retirar petróleo e gás de formações rochosas de xisto.

Segundo recente reportagem do Wall Street Journal, a maioria das prestadoras de serviço que ajudam a indústria de petróleo a perfurar e fraturar poços nos EUA é de pequeno porte, de capital fechado e poucos anos de operação. Elas estão às voltas com os preços baixos do petróleo e, juntamente com suas concorrentes, já demitiram 55 mil pessoas ao redor do mundo durante a crise atual.

Para Juliano, “fracking é uma aventura da ganância humana que coloca todas as formas de vida em risco.  Não vamos permitir que o governo brasileiro traga essa tecnologia minerária para o país e contamine a nossa água, inviabilize a produção de alimentos, mate as pessoas e elimine a biodiversidade”.

Mudanças climáticas

“Não precisa ser um expert para verificar que fracking não é viável economicamente. Os números mostram demissões em massa, grande volume de indenizações pelos impactos e pressão popular contra essa indústria que tem sido a principal responsável pelas mudanças climáticas”, destaca Nicole Figueiredo de Oliveira, diretora da 350.org Brasil.

Tendo como parceiros 350.org Brasil e Fundação Arayara Cooperlivre, a campanha Não Fracking Brasil também integra o Observatório Latinoamericano contra o Fracking e a Coalizão Internacional No Fracking.

“Vamos lutar para que o fracking não mais aconteça nesse planeta e que se invista em energias renováveis para termos um futuro sem combustíveis fósseis e sustentável”, garantiu Nicole.

Crise não é nova

Um dos principais argumentos do governo brasileiro para exploração comercial do gás não convencional é o econômico, se valendo de parâmetros do começo da década quando o preço do petróleo estava em alta.

Desde junho do ano passado, logo após a realização da 12º Rodada de leilões da Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural (ANP), a indústria americana já dava sinais de que o alto endividamento das empresas de fraturamento hidráulico estava inviabilizando o negócio.

O que se viu no último ano foi uma onda de empresas indo à falência ou fechando as portas, com registros de demissões em massa no setor. Segundos analistas americanos, os títulos de dívida de várias pequenas firmas de serviço de capital aberto vêm sendo negociados como papéis de alto risco, ou seja, com grandes descontos no valor de face, segundo dados da FactSet. As ações dessas empresas caíram mais de 75% nos últimos 12 meses. E as previsões para 2016 são bem pessimistas: Pelo menos 35% das empresas terão desaparecido.


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