Indústria
do fracking abre falência nos Estados Unidos.
Foto: Dan Molinski / The
Wall Street Journal
“Não há mais com esconder a farsa da pujança
financeira do fracking nos Estados Unidos”. A afirmação é do coordenador
nacional da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil – Dr. Eng. Juliano Bueno de
Araujo, diante da onda de falências de empresas ligadas à indústria do
hidrocarboneto, principalmente as que fazem fraturamento hidráulico, o
fracking, que permite retirar petróleo e gás de formações rochosas de
xisto.
Segundo recente reportagem do Wall Street Journal, a
maioria das prestadoras de serviço que ajudam a indústria de petróleo a
perfurar e fraturar poços nos EUA é de pequeno porte, de capital fechado e
poucos anos de operação. Elas estão às voltas com os preços baixos do petróleo
e, juntamente com suas concorrentes, já demitiram 55 mil pessoas ao redor do
mundo durante a crise atual.
Para Juliano, “fracking é uma aventura da
ganância humana que coloca todas as formas de vida em risco. Não vamos permitir
que o governo brasileiro traga essa tecnologia minerária para o país e
contamine a nossa água, inviabilize a produção de alimentos, mate as pessoas e
elimine a biodiversidade”.
Mudanças climáticas
“Não precisa ser um expert para verificar que fracking
não é viável economicamente. Os números mostram demissões em massa, grande
volume de indenizações pelos impactos e pressão popular contra essa indústria
que tem sido a principal responsável pelas mudanças climáticas”, destaca Nicole
Figueiredo de Oliveira, diretora da 350.org Brasil.
Tendo como parceiros 350.org Brasil e
Fundação Arayara Cooperlivre, a campanha Não Fracking Brasil também integra o
Observatório Latinoamericano contra o Fracking e a Coalizão Internacional No
Fracking.
“Vamos lutar para que o fracking não mais aconteça
nesse planeta e que se invista em energias renováveis para termos um futuro sem
combustíveis fósseis e sustentável”, garantiu Nicole.
Crise não é nova
Um dos principais argumentos do governo brasileiro
para exploração comercial do gás não convencional é o econômico, se valendo de
parâmetros do começo da década quando o preço do petróleo estava em alta.
Desde junho do ano passado, logo após a realização
da 12º Rodada de leilões da Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural (ANP), a
indústria americana já dava sinais de que o alto endividamento das empresas de
fraturamento hidráulico estava inviabilizando o negócio.
O que se viu no último ano foi uma onda de empresas indo à falência ou
fechando as portas, com registros de demissões em massa no setor. Segundos
analistas americanos, os títulos de dívida de várias pequenas firmas de
serviço de capital aberto vêm sendo negociados como papéis de alto risco, ou
seja, com grandes descontos no valor de face, segundo dados da FactSet. As
ações dessas empresas caíram mais de 75% nos últimos 12 meses. E as
previsões para 2016 são bem pessimistas: Pelo menos 35% das empresas terão
desaparecido.
Fonte: Não Fracking Brasil
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