COP21:
Paris lança uma luz ao planeta.
Foto: Shutterstock
Por Dal Marcondes*
O mundo que emergiu da COP 21 pode ser mais
esperançoso. Os 196 países, reunidos em Paris, resolveram firmar um compromisso
com o futuro. Desde o último 30 de novembro governos, organizações empresariais
e da sociedade civil participam da mais importante conferência sobre mudanças
climáticas (COP) desde 1997, quando foi firmado o Protocolo de Quioto, no
Japão. A COP21, que terminou ontem, ao contrário das reuniões anteriores, não
estabeleceu metas de redução de emissões de gases, principalmente CO². O Acordo
de Paris apontou um alvo mais ambicioso, um limite para a temperatura do
Planeta, que deverá ficar com aquecimento máximoentre 1,5 e 2 graus
centígrados. E isso deve ser alcançado principalmente através do cumprimento de
projetos nacionais, estabelecidos por cada um dos países em um documento prévio
à COP, chamado INDC, que em tradução livre pode ser Contribuição Nacional
Pretendida.
O Brasil apresentou suas metas (INDC) de redução de
emissões que apontam para um patamar 37% menor do que as emissões do ano de
referência, 2005, até 2025. Essa é considerada uma posição bastante avançada,
mesmo entre os países que vem investindo em energias limpas há muito mais
tempo. Segundo Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente, as INDCs
apresentadas pelos países devem se converter em Políticas de Estado e ser a
plataforma para um salto em direção ao futuro. Izabella explicou que o Brasil
aposta muito fortemente na colaboração entre os países, principalmente em uma
relação Sul-Sul, com transferências de tecnologias e geração de inovação para
manter-se o limite de 1,5 grau de aquecimento.
O termo que ganhou força em Paris foi “Compromissos
Voluntários”, o que transforma de maneira definitiva as relações multilaterais.
No discurso de encerramento da COP o presidente francês François Hollande
apontou o Acordo de Paris como um “marco na história da humanidade”, quando
todos os países superam suas diferenças em prol de um planeta capaz de abrigar
e alimentar seus bilhões de habitantes. Há ainda muitas dúvidas em
relação às fontes de recursos para as transformações necessáriasnas economias e
nas matrizes energéticas, mas já há um compromisso de que o investimento anual
previsto de US$ 100 bilhões a partir de 2020 é um piso e não um teto nos
esforços de ajuda dos países ricos.
* Dal Marcondes é jornalista, diretor da
Envolverde e especialista em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
Fonte: ENVOLVERDE
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