Desastres
climáticos mataram 606 mil pessoas em 20 anos.
As enchentes foram responsáveis pela maioria dos
desastres, atingindo 2,3 bilhões de pessoas e deixando 157 mil mortos.
Foto:Irin/Tung X. Ngo.
Relatório divulgado pela Agência da ONU para
Redução do Risco de Desastres informou que 4,1 bilhões ficaram feridos,
perderam a casa ou precisaram de ajuda por causa das tragédias; perdas
econômicas podem chegar a US$ 300 bilhões/ano.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
Um relatório divulgado esta segunda-feira pela ONU
alerta que os desastres climáticos mataram 606 mil pessoas em todo o mundo nos
últimos 20 anos.
O documento foi preparado pelo Escritório das
Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres e pelo Centro de Pesquisa
sobre Epidemiologia de Desastres, da Bélgica.
Enchentes
Os especialistas disseram que desde a 1ª
Conferência sobre Mudança Climática, COP 1, em 1995, 4,1 bilhões de pessoas
ficaram feridas, perderam a casa onde moravam ou precisaram de ajuda de
emergência por causa de desastres relacionados ao clima.
Segundo a agência da ONU, 90% dos principais
desastres naturais foram causados por 6.457 enchentes, tempestades, ondas de
calor, secas entre outros.
O relatório “O Custo Humano dos Desastres
Relacionados ao Clima” mostrou que as perdas econômicas são muito maiores do
que o valor oficial de US$ 1,8 trilhão, calculado pelas autoridades.
Esse
montante representa 71% de todas as perdas atribuídas a desastres naturais nas
últimas duas décadas.
US$ 300 bilhões
A ONU calcula que as perdas com os desastres
naturais, incluindo terremotos e tsunamis, estejam entre US$ 250 bilhões e US$
300 bilhões por ano, algo em torno de R$ 925 bilhões e R$ 1,1 trilhão.
O documento diz ainda que os cinco países mais
atingidos por esse tipo de problema são: Estados Unidos, China, Índia,
Filipinas e Indonésia.
Em Genebra, a chefe do Escritório das Nações Unidas
para o setor, Margareta Wahlström, disse que “as condições climáticas são as
principais fontes de risco de desastre e o relatório mostra que o mundo está
pagando um preço alto em perdas de vidas”.
Segundo Wahlström, “as perdas econômicas representam um grande desafio de desenvolvimento para muitos dos países mais pobres que estão lutando contra a pobreza e a mudança climática”.
A representante da ONU afirmou que “a longo prazo,
o acordo na COP 21, em Paris, para a redução dos gases que causam o efeito
estufa representa uma contribuição significativa para reduzir os danos e as
perdas causadas pelos desastres”.
Ásia
O relatório mostra que a Ásia foi a que mais sofreu
durante as duas últimas décadas com mais de 330 mil mortes e 3,7 bilhões de
pessoas afetadas pelos desastres naturais causados pelo clima.
Somente o ciclone Nargis, que atingiu Mianmar em
2008, matou 138 mil pessoas.
Os especialistas disseram que entre 2005 e 2014
foram registrados, em média, 335 desastres climáticos por ano, 14% a mais do
que a década anterior e quase o dobro do período entre 1985 a 1995.
As enchentes foram responsáveis pela maioria dos
desastres, atingindo 2,3 bilhões de pessoas e deixando 157 mil mortos.
As ondas de calor mataram 148 mil pessoas no mundo,
mais de 90% delas em países de alto poder econômico. A Europa registrou a
maioria desses óbitos.
As secas afetaram mais a África do que qualquer
outro continente, foram 136 eventos registrados entre 1995 e 2015.
Fonte: Rádio ONU
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