COP 21:
1,3 bilhão de pessoas ainda vivem na escuridão.
O estudo apresentado revela que a implementação de
programas de eficiência energética, pouco contemplados nas INDCs, poderia
proporcionar grande economia aos países da América Latina.
Foto: Shutterstock
Estudo inédito, divulgado hoje em Paris, evidencia
que somente Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Peru têm um potencial de
eficiência energética de 20% até 2032, o que equivale a redução de 2 bi
toneladas de CO2 na atmosfera.
Brasil, 09 de dezembro – Ainda há mais de 1,3 bilhão de
pessoas sem acesso à energia no mundo, informou a vice-presidente da Schneider
Eletric para a América do Sul, Tania Cosentino, na manhã desta quinta-feira,
09, durante evento paralelo à COP 21, em Paris – uma iniciativa da Schneider
com o apoio do Diálogo Energético e do World Businesss Council for
Sustainable Development (WBCSD), representado no Brasil pelo CEBDS.
“Gerar desenvolvimento e levar energia a todos e,
ao mesmo tempo, proteger o planeta, é um grande desafio”, disse Tania Cosentino
durante painel sobre “Como a América do Sul está enfrentando o dilema da
energia – uma análise do que os países estão levando à COP 21”, do qual a
presidente do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS),
Marina Grossi, foi mediadora.
O estudo apresentado revela que a implementação de
programas de eficiência energética, pouco contemplados nas INDCs, poderia
proporcionar grande economia aos países da América Latina. Brasil, Argentina,
Chile, Colômbia e Peru têm um potencial de eficiência energética de 20% até
2032. Isso equivaleria a uma redução de 2 bilhões de toneladas de CO2 equivalentes
na atmosfera e a uma economia de US$ 2,8 trilhões. Esse valor
é duas vezes o investimento necessário, de acordo com o Banco Mundial,
para prover acesso à energia a 1,1 bilhão de pessoas que vivem na escuridão no
mundo.
Em termos de demanda de energia, o potencial de
economia nestes países poderia alimentar a Colômbia por quatro anos, sem a
necessidade de investimentos em infraestrutura e distribuição.
Marina Grossi destacou o papel do setor
empresarial, que segundo ela será fundamental para a implementação das metas
voluntárias de redução de gases de efeito estufa (INDCs) apresentadas pelos
países às Nações Unidas. “Para alcançar esses objetivos, são muito importantes
as iniciativas locais e internacionais como as Parcerias de Tecnologias e Baixo
Carbono (LCPTi), a Coalizão Brasil, Clima, Floresta e Agricultura e o Conselho
de Líderes do CEBDS – este último trabalha para garantir um diálogo de alto
nível com o governo e a apresentação de propostas setoriais de baixo carbono do
setor privado ao setor público”, afirmou.
Em seu conjunto, as soluções de negócios propostas
pelo LCPTi poderão contribuir para viabilizar 65% das metas voluntárias de
redução de gases de efeito estufa apresentadas pelos países às Nações Unidas
(INDCs, na sigla em inglês). “Já existem tecnologias de baixo carbono
disponíveis para alcançar a redução de 50% das emissões que precisamos”,
acrescentou Tania.
Florestas mobilizam setores público e privado
Personalidades de destaque no mundo da
sustentabilidade participaram, esta tarde, do evento “From source to sink:
mobilizing public policies and private investments for forest restoration and
reforestation in Brazil”, organizado pelo Ministério do Meio ambiente (MMA), na
Embaixada do Brasil em Paris. A presidente do CEBDS, Marina Grossi, mediou
as discussões sobre a importância das florestas no combate às mudanças
climáticas.
Papel das empresas é destaque em evento do NY Times
na COP
O papel das empresas na cadeia de fornecimento,
desde o desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono até a conscientização e
engajamento dos consumidores, foi destaque ontem e hoje no “Internacional New
York Times Energy for Tomorrow”. O evento paralelo à COP 21 contou com a
participação de diversos CEOs e chairmans de companhias de
companhias de diversos setores e regiões, informa Keyvan Macedo, gerente de
Sustentabilidade da Natura.
As discussões mostraram que o grande destaque da
COP 21 é o envolvimento significativo do setor privado, que vai implementar a
economia de baixo carbono e o governo tem o poder para catalisar esse processo
através de políticas públicas. Os principais destaques foram: consumo
responsável, carros elétricos mais acessíveis, Mudanças climáticas e migrações
e Justiça Social Climática.
* Com informações do CEBDS.
Fonte: ENVOLVERDE
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