Restauração
ecológica: um bom negócio.
A necessidade de 11 milhões de mudas para recuperar
rios e nascentes do Pantanal gerará emprego e renda para as comunidades locais.
Foto: © Mark Edwards/WWF-Brasil.
A restauração de rios e nascentes também é um bom
negócio. Além dos benefícios ambientais, como a melhoria da qualidade e
quantidade da água e a conservação da biodiversidade, ela permite a geração de
emprego e renda para empresas e comunidades locais.
Um estudo encomendado pelo WWF-Brasil e executado
pelo Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan) revela que são necessárias
11 milhões de mudas de árvores de espécies nativas para recuperar a mata ciliar
dos rios Jaurú, Cabaçal, Sepotuba e Paraguai e de mais 50 nascentes, em Mato
Grosso, totalizando 23 mil hectares de área onde será possível fazer a
restauração florestal.
Para atender a demanda, a previsão é de que sejam
criados mais de mil empregos numa região que abrange 25 pequenos municípios,
além de novas empresas e negócios, como de produção de insumos, de execução de
serviços e de qualificação profissional.
Serão necessários mais de 15 viveiros de mudas para
fazer o replantio. “Abrem-se oportunidades de venda de sementes, ferramentas,
mão-de-obra para o reflorestamento, retirada de entulho e instalação de cercas
para a proteção das nascentes. Ou seja, toda uma cadeia produtiva será gerada e
incentivada por meio da conservação ambiental”, diz o analista de conservação
do WWF-Brasil, Ângelo Lima.
O estudo também detalha como devem ser todas as
etapas de recuperação de cada parte dos 23 mil hectares de mata ciliar a serem
recuperados. “Conseguimos saber se para começar a recuperação bastar a cercar a
área, caso a área esteja perto de fragmentos florestais, se a área precisa de
outra forma de recuperação além da cerca, se é necessária limpeza do local, por
exemplo”, completa Lima.
O estudo apontou a necessidade de 15 viveiros de
mudas na região dos 25 municípios do Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal
. Foto: © Adriano Gambarini/WWF-Brasil.
O Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal
O estudo mapeou mais de 1.500 quilômetros dos
quatro rios – Jaurú, Cabaçal, Sepotuba e Paraguai – que compõem as Cabeceiras
do Pantanal, região de Mato Grosso onde nascem 30% das águas responsáveis pela
biodiversidade e abastecimento da maior área úmida do planeta. Essa região
abrange 25 municípios e é alvo de uma iniciativa de conservação conhecida como
Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal, da qual o WWF-Brasil e mais de 30
parceiros do setor público, privado e sociedade civil fazem parte.
A ideia do Pacto surgiu em 2012, quando um estudo –
realizado pelo WWF-Brasil, em parceria com o HSBC, a organização
não-governamental The Nature Conservancy (TNC), o Centro de Pesquisas do
Pantanal, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPQ) e a Carterpillar – mostrou que a área onde nascem 30% das águas que
alimentam a planície pantaneira e garantem o abastecimento de municípios onde
vivem e trabalham pelo menos três milhões de pessoas estava em alto risco
ecológico.
Saiba mais: o que é restauração ecológica
A Restauraçāo ecológica é um processo de alteração
de um habitat pelo homem para que ele volte a ter a mesma estrutura, função,
diversidade e dinâmica do ecossistema original. Esse sistema deve ser
autossustentável não somente em termos ecológicos, mas também sociais, pois
pode constituir uma fonte de recursos econômicos para as comunidades vizinhas.
Fonte: WWF Brasil
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