Alertas do DETER/INPE estimam
1.824 km2 de corte raso na Amazônia entre maio e julho.
Durante o trimestre de maio, junho e julho, os
alertas de alteração na cobertura florestal por corte raso e degradação na
Amazônia somaram 2.356 km². Deste total, estima-se que 1.824 km² são de áreas
de desmatamento por corte raso e 469 km² correspondem à degradação florestal,
além de 63 km2 de desmatamentos não confirmados, conforme registro do DETER, o
Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE).
As distribuições das áreas de Alertas nos Estados
em cada mês, bem como a respectiva cobertura de nuvens, são apresentadas na
tabela a seguir.
(*) Soma das áreas de alerta de corte raso,
degradação florestal e falsos positivos.
DETER(*)
Mai (km2) |
Nuvens
Mai (%) |
DETER(*)
Jun (Km2) |
Nuvens
Jun (%) |
DETER(*)
Jul (km2) |
Nuvens
Jul (%) |
|
Acre
|
–
|
84%
|
13,36
|
12
|
35,45
|
2
|
Amazonas
|
61,82
|
81
|
197,47
|
19
|
125,39
|
12
|
Maranhão
|
3,89
|
36
|
22,04
|
14
|
7,12
|
15
|
Mato Grosso
|
360,00
|
2
|
162,59
|
0
|
115,78
|
0
|
Pará
|
93,05
|
58
|
283,79
|
30
|
472,41
|
19
|
Rondônia
|
58,50
|
6
|
170,49
|
0
|
149,89
|
0
|
Roraima
|
–
|
99
|
–
|
70
|
2,59
|
59
|
Tocantins
|
10,91
|
0
|
4,89
|
0
|
4,94
|
0
|
TOTAL
|
588,17
|
52
|
854,63
|
20
|
913,57
|
14
|
Baseado em dados de satélites de resolução moderada
(250 m), o DETER é uma ferramenta de suporte à fiscalização de desmatamento e
demais alterações na cobertura florestal ilegais, prioritariamente orientado
para as necessidades do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA). As imagens são analisadas e em prazo de até cinco
dias após a passagem do satélite mapas de Alertas de alteração na cobertura
florestal são enviados ao IBAMA. Os alertas podem se referir indistintamente ao
desmatamento propriamente dito, quando há a remoção drástica da cobertura
florestal por corte raso, e também a eventos de degradação florestal, que podem
ser exploração madeireira por corte seletivo, preparação da área para o corte
raso, localmente denominada brocagem, ou cicatrizes de incêndio florestal.
Os resultados do DETER devem ser analisados em
conjunto com as informações sobre a cobertura de nuvens, que afeta a observação
por satélites. As áreas em rosa dos mapas a seguir correspondem aos locais que
estiveram encobertos no período. Nos mesmos mapas, os pontos amarelos mostram a
localização dos Alertas emitidos pelo DETER.
Mapa de alertas de maio, mês em que a cobertura de nuvens impediu a observação
de 52% da Amazônia
Mapa de alertas de junho, mês em que a cobertura de nuvens impediu a
observação de 20% da Amazônia
Mapa de alertas de julho, mês em que a cobertura de nuvens impediu a
observação de 14% da Amazônia.
Em função da cobertura de nuvens variável de um mês
para outro e, também, da resolução dos satélites, o INPE não recomenda a
comparação entre dados de diferentes meses e anos obtidos pelo sistema DETER.
Corte raso e degradação florestal Uma validação dos dados do DETER
é realizada regularmente pelo INPE desde 2008 e, como resultado, obtém-se uma
estimativa amostral da proporção de áreas de corte raso, de degradação
florestal e de falsos positivos.
A tabela a seguir detalha os resultados da
validação no trimestre para toda Amazônia Legal com o percentual de Corte raso,
Degradação e Falsos positivos.
No. pols
|
Área avaliada
(Km2 , %) |
Corte raso
(%) |
Degradação (%)
|
Falso positivo
(%) |
|
Maio
|
385 (77%)
|
482 (82%)
|
70
|
28
|
2
|
Junho
|
816 (74%)
|
667 (78%)
|
78
|
20
|
2
|
Junho
|
1043 (70%)
|
666 (73%)
|
82
|
15
|
3
|
A tabela a seguir detalha as estimativas das áreas
de Corte raso, Degradação e Falsos positivos calculados a partir dos resultados
da validação no trimestre para toda Amazônia Legal.
Classe
|
Maio
|
Junho
|
Julho
|
Total
|
Corte Raso
|
411
|
667
|
746
|
1824
|
Degradação
|
164
|
170
|
135
|
469
|
Falso positivo
|
14
|
18
|
32
|
63
|
Soma
|
588
|
855
|
914
|
2356
|
A fatoração da área de alerta em corte raso e em
degradação florestal atende a uma solicitação do IBAMA, ratificada por um
Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado em novembro de 2014 entre as duas
instituições. A fatoração poderá ser aplicada toda vez que houver dados de
satélites de alta resolução (20-30 m) disponíveis no mês em questão e com baixa
cobertura de nuvens em quantidade suficiente para cobrir ao menos 30% dos
eventos de alertas e 30% de sua área total.
Conforme o ACT firmado, a divulgação do DETER é
referente a um trimestre, realizada no fim do mês seguinte ao término do
trimestre e, além dos relatórios de dados (1) e de validação (2), o INPE
divulga mapas da distribuição espacial das ocorrências de alertas de cada mês
deste trimestre agregados em células de 50 km X 50km (3) e o mapa com os
polígonos de alertas do trimestre anterior (4). O INPE também fornece uma
interface gráfica para a visualização dos dados do DETER e outras informações
pertinentes sobre as alterações da cobertura florestal na Amazônia (5).
(1) http://www.obt.inpe.br/deter/nuvens.php
(2) http://www.obt.inpe.br/deter/avaliacao/?M=D/
(3) http://www.obt.inpe.br/deter/dados/grade/?M=D/
(4) http://www.obt.inpe.br/deter/dados/
(5) http://www.obt.inpe.br/deter/indexdeter.php
(2) http://www.obt.inpe.br/deter/avaliacao/?M=D/
(3) http://www.obt.inpe.br/deter/dados/grade/?M=D/
(4) http://www.obt.inpe.br/deter/dados/
(5) http://www.obt.inpe.br/deter/indexdeter.php
Sistema DETER
Realizado pela Coordenação de Observação da Terra
(OBT) do INPE, o DETER é um serviço de alerta de desmatamento e degradação
florestal na Amazônia Legal baseado em dados de satélite de alta frequência de
revisita.
O DETER utiliza imagens do sensor MODIS do satélite
Terra, com resolução espacial de 250 metros, que possibilitam detectar
polígonos de desmatamento com área maior que 25 hectares. Nem todos os
desmatamentos são identificados devido à ocorrência de cobertura de nuvens.
Os alertas produzidos pelo DETER foram concebidos e
são produzidos para orientar a fiscalização do desmatamento ilegal na Amazônia.
Os mapas de alertas do DETER são enviados diariamente ao IBAMA com a
localização precisa de eventos de desmatamento e degradação florestal e um
indicativo de área que tem qualidade limitada pela resolução do satélite, que
permite representação acurada de área apenas para eventos de tamanho superior a
100 ha.
Por isso, o INPE não recomenda que os dados de área
de alertas do DETER sejam utilizados como indicativo do andamento da
intensidade de desmatamento. Para medir esta intensidade o INPE produz desde
1988 o mapa de desmatamento feito com imagens de resolução de 20 a 30 m
(Landsat, CCD/CBERS, LISS3/ResourceSAT, DMC e SPOT). Deste mapa o INPE calcula
a taxa de desmatamento anual em km2 medida pelo PRODES.
A menor resolução dos sensores usados pelo DETER é
compensada pela capacidade de observação diária, que torna o sistema uma
ferramenta ideal para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre
novos desmatamentos.
Este sistema registra tanto áreas de corte raso,
quando os satélites detectam a completa retirada da floresta nativa, quanto
áreas com evidência de degradação decorrente de extração de madeira, preparação
para desmatamento (brocagem) ou incêndios florestais, que podem ser parte do
processo de desmatamento na região.
Todos os dados e informações estão disponíveis na
página do sistema DETER:www.obt.inpe.br/deter
Fonte: INPE
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