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escolas que estão transformando suas realidades.
Foto: Shutterstock
Ashoka e Instituto Alana reconhecem iniciativas de
educação que desenvolvem crianças e jovens para serem agentes de transformação.
Por Marina Lopes –
Qual é o papel da escola dentro de uma sociedade
transformadora? Buscando apoiar e conectar experiências de todo o país que
contribuem na formação de crianças e jovens com potencial de transformação
social, a Ashoka e o Instituto Alana reconheceram dez Escolas Transformadoras
para integrarem uma comunidade global de aprendizagem. Lançada na última quarta-feira
(16/9), em São Paulo, a iniciativa pretende mapear e dar visibilidade para
essas instituições, incentivando trocas entre elas.
“Escolas Transformadoras
traz luz para experiências que acontecem ao redor do mundo e já estão
caminhando nesse processo de olhar para o potencial da criança como algo mais
amplo do que os currículos, as avaliações ou o que o discurso pedagógico
convencional prevê para escola”, definiu Ana Cláudia Leite, coordenadora de
Educação e Cultura da infância do Instituto Alana.
Além do reconhecimento, as instituições que
receberam o título de Escolas Transformadoras terão acesso à comunidade Ashoka,
com mais de 3.000 empreendedores sociais espalhados pelo mundo, e à comunidade
Alana. Elas também estarão conectadas com uma rede composta por representantes
de diferentes segmentos, como academia, organizações sociais, institutos e
veículos de comunicação.
Entre as primeiras escolas mapeadas no país, estão
instituições públicas, privadas e comunitárias, em áreas urbanas ou rurais de
seis estados brasileiros. Nas próximas etapas, também serão reconhecidas outras
instituições. No site do programa existem opções para que as pessoas indiquem
uma escola transformadora ou façam a inscrição da sua própria instituição.
Para ser considerada uma escola transformadora, a
instituição deve atender quatro critérios do programa: ter alinhamento com a
visão de que todos podem ser transformadores; olhar para os educandos como
sujeitos ativos de suas aprendizagens; demonstrar capacidade de inovação; e,
por fim, ter condições para influenciar o ecossistema da educação no Brasil.
Além disso, a instituição deve ter uma equipe
comprometida com uma educação transformadora e com entusiasmo para compartilhar
e aprender, incentivando o desenvolvimento de habilidades e competências
transformadoras, como o trabalho em equipe, criatividade, empatia e
protagonismo social.
Debate com educadores
O evento de lançamento do programa Escolas
Transformadoras contou com uma palestra da designer indiana Kiran Bir Sethi,
idealizadora do movimento global Design for Change. Durante o
encontro, lideranças das equipes de todas as escolas reconhecidas também
participaram de um debate, com mediação da jornalista Adriana Couto, da TV
Cultura.
Foram discutidos temas como o currículo e o
incentivo ao protagonismo dentro do ambiente escolar. Para Ausonia Donato,
diretora pedagógica Colégio Equipe, em São Paulo, um aluno transformador é
aquele que consegue ter um olhar sensível para questões sociais, políticas e
humanas.
“O aluno que a gente quer não é o aluno que está
pronto. É o aluno que vai se fazendo o tempo todo”, afirmou a diretora Ana
Elisa Siqueira, da EMEF Desembargador Amorim Lima. De acordo com ela, a escola
também deve derrubar os muros para que a comunidade se aproxime da formação dos
alunos. “A entrada da comunidade na escola traz conflitos e também traz
soluções.”
Na Escola Comunitária Luiza Mahin, em Salvador, a
participação da comunidade é um elemento essencial para o trabalho da
instituição. “A gente passou a perceber que a comunidade escolar não é só mãe e
pai. É qualquer parceiro que está na comunidade”, contou Sonia Dias, ao
mencionar que os alunos aprendem no contato com diferentes atores, inclusive
ouvindo as histórias de quem vende geladinho nos arredores da escola.
Discussões e desafios
O encontrou também levantou questões consideradas
polêmicas, como a ansiedade dos pais pelo resultado dos filhos em avaliações e
vestibulares. “Nossa missão é ensinar todas as crianças para que elas possam se
sentir capazes de aprender. Isso é mais importante do que passar em um vestibular”,
mencionou Carla de Cunto, diretora da Escola Municipal Professora Acliméa de
Oliveira Nascimento, em Teresópolis. “A gente acredita que quando se forma um
ser humano integral que saiba raciocinar, o vestibular é só mais uma etapa da
vida que a gente vai passar”, completa Thiego Mattos, da Escola Rural Dendê da
Serra, em Serra Grande.
Sobre os desafios de pensar em novos modelos de
educação, Fátima Limaverde, diretora da Escola Vila, em Fortaleza, chamou
atenção: “a grande preocupação de hoje é como as escolas podem manter os alunos
e os professores felizes. Há um descompasso muito grande porque o professor
continua querendo ser professor da sua aula, e o aluno não aguenta mais isso.”
Segundo ela, as crianças precisam ser protagonistas do seu processo de aprendizagem
e devem encontrar sentido nos conteúdos que estão aprendendo.
Confira a lista das Escolas Transformadoras no
Brasil:
Tipo: Cooperativa
Etapa: Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Ensino Médio
Tipo: Rural/Privada
Etapa: Educação Infantil e Ensino Fundamental
Tipo: Privada
Etapa: Educação Infantil e Ensino Fundamental
Tipo:
Comunitária
Etapa:
Educação Infantil e Ensino Fundamental
Tipo: Pública
Etapa: Ensino
Fundamental
Tipo: Pública
Etapa: Ensino
Fundamental
Tipo: Pública
Etapa: Ensino
Fundamental
Tipo: Pública
Etapa: Ensino
Fundamental
Tipo: Rural,
mantida por associação
Etapa:
Educação Infantil e Ensino Fundamental
Tipo: Privada
Etapa:
Educação Infantil, Ensino Fundamental
Fonte: Porvir
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