sexta-feira, 25 de setembro de 2015

10 escolas que estão transformando suas realidades.
Foto: Shutterstock

Ashoka e Instituto Alana reconhecem iniciativas de educação que desenvolvem crianças e jovens para serem agentes de transformação.

Por Marina Lopes –

Qual é o papel da escola dentro de uma sociedade transformadora? Buscando apoiar e conectar experiências de todo o país que contribuem na formação de crianças e jovens com potencial de transformação social, a Ashoka e o Instituto Alana reconheceram dez Escolas Transformadoras para integrarem uma comunidade global de aprendizagem. Lançada na última quarta-feira (16/9), em São Paulo, a iniciativa pretende mapear e dar visibilidade para essas instituições, incentivando trocas entre elas.

Escolas Transformadoras traz luz para experiências que acontecem ao redor do mundo e já estão caminhando nesse processo de olhar para o potencial da criança como algo mais amplo do que os currículos, as avaliações ou o que o discurso pedagógico convencional prevê para escola”, definiu Ana Cláudia Leite, coordenadora de Educação e Cultura da infância do Instituto Alana.


Além do reconhecimento, as instituições que receberam o título de Escolas Transformadoras terão acesso à comunidade Ashoka, com mais de 3.000 empreendedores sociais espalhados pelo mundo, e à comunidade Alana. Elas também estarão conectadas com uma rede composta por representantes de diferentes segmentos, como academia, organizações sociais, institutos e veículos de comunicação.

Entre as primeiras escolas mapeadas no país, estão instituições públicas, privadas e comunitárias, em áreas urbanas ou rurais de seis estados brasileiros. Nas próximas etapas, também serão reconhecidas outras instituições. No site do programa existem opções para que as pessoas indiquem uma escola transformadora ou façam a inscrição da sua própria instituição.


Para ser considerada uma escola transformadora, a instituição deve atender quatro critérios do programa: ter alinhamento com a visão de que todos podem ser transformadores; olhar para os educandos como sujeitos ativos de suas aprendizagens; demonstrar capacidade de inovação; e, por fim, ter condições para influenciar o ecossistema da educação no Brasil.

Além disso, a instituição deve ter uma equipe comprometida com uma educação transformadora e com entusiasmo para compartilhar e aprender, incentivando o desenvolvimento de habilidades e competências transformadoras, como o trabalho em equipe, criatividade, empatia e protagonismo social.

Debate com educadores

O evento de lançamento do programa Escolas Transformadoras contou com uma palestra da designer indiana Kiran Bir Sethi, idealizadora do movimento global Design for Change. Durante o encontro, lideranças das equipes de todas as escolas reconhecidas também participaram de um debate, com mediação da jornalista Adriana Couto, da TV Cultura.

Foram discutidos temas como o currículo e o incentivo ao protagonismo dentro do ambiente escolar. Para Ausonia Donato, diretora pedagógica Colégio Equipe, em São Paulo, um aluno transformador é aquele que consegue ter um olhar sensível para questões sociais, políticas e humanas.

“O aluno que a gente quer não é o aluno que está pronto. É o aluno que vai se fazendo o tempo todo”, afirmou a diretora Ana Elisa Siqueira, da EMEF Desembargador Amorim Lima. De acordo com ela, a escola também deve derrubar os muros para que a comunidade se aproxime da formação dos alunos. “A entrada da comunidade na escola traz conflitos e também traz soluções.”

Na Escola Comunitária Luiza Mahin, em Salvador, a participação da comunidade é um elemento essencial para o trabalho da instituição. “A gente passou a perceber que a comunidade escolar não é só mãe e pai. É qualquer parceiro que está na comunidade”, contou Sonia Dias, ao mencionar que os alunos aprendem no contato com diferentes atores, inclusive ouvindo as histórias de quem vende geladinho nos arredores da escola.

Discussões e desafios

O encontrou também levantou questões consideradas polêmicas, como a ansiedade dos pais pelo resultado dos filhos em avaliações e vestibulares. “Nossa missão é ensinar todas as crianças para que elas possam se sentir capazes de aprender. Isso é mais importante do que passar em um vestibular”, mencionou Carla de Cunto, diretora da Escola Municipal Professora Acliméa de Oliveira Nascimento, em Teresópolis. “A gente acredita que quando se forma um ser humano integral que saiba raciocinar, o vestibular é só mais uma etapa da vida que a gente vai passar”, completa Thiego Mattos, da Escola Rural Dendê da Serra, em Serra Grande.

Sobre os desafios de pensar em novos modelos de educação, Fátima Limaverde, diretora da Escola Vila, em Fortaleza, chamou atenção: “a grande preocupação de hoje é como as escolas podem manter os alunos e os professores felizes. Há um descompasso muito grande porque o professor continua querendo ser professor da sua aula, e o aluno não aguenta mais isso.” Segundo ela, as crianças precisam ser protagonistas do seu processo de aprendizagem e devem encontrar sentido nos conteúdos que estão aprendendo.

Confira a lista das Escolas Transformadoras no Brasil:

Tipo: Cooperativa

Etapa: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio
Tipo: Rural/Privada

Etapa: Educação Infantil e Ensino Fundamental
Tipo: Privada

Etapa: Educação Infantil e Ensino Fundamental
Tipo: Comunitária

Etapa: Educação Infantil e Ensino Fundamental
Tipo: Pública

Etapa: Ensino Fundamental
Tipo: Pública

Etapa: Ensino Fundamental
Tipo: Pública

Etapa: Ensino Fundamental
Tipo: Pública

Etapa: Ensino Fundamental
Tipo: Rural, mantida por associação

Etapa: Educação Infantil e Ensino Fundamental
Tipo: Privada

Etapa: Educação Infantil, Ensino Fundamental


Fonte: Porvir

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