Desmatamento:
alertas do Deter disparam 68%.
Área desmatada no Mato Grosso para expansão do
agronegócio. Estado foi o “campeão” em alertas de desmatamento e degradação.
Foto: © Paulo Pereira/Greenpeace.
Por Redação do Greenpeace Brasil –
Segundo dados do INPE, os alertas de corte raso
identificados pelo DETER de agosto de 2014 a julho de 2015 chegaram a 3.260
Km2, área 107% maior que a registrada no ano anterior.
Seguindo a publicação dos dados do SAD do IMAZON,
divulgados na última quinta feira, o Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais
(INPE) liberou hoje os dados de seu Sistema de Detecção do Desmatamento na
Amazônia Legal em Tempo Real – DETER e os números não são nada animadores: o
corte raso (3260 Km2) e a degradação florestal (1708,5 Km2), somados aos
alertas não confirmados, totalizam uma destruição de 5.121,92 Km2. Estes são os
maiores índices dos últimos seis anos, invertendo a tendência de queda que
vinha sendo apontada pelo sistema.
“Sabemos que os sistemas de alertas não representam
o total de desmatamento e nem são eficazes para pegar pequenos desmatamentos
com menos de 25 hectares e é exatamente isso que preocupa, pois com este
aumento de alertas podemos esperar também um crescimento na taxa anual medida
pelo Prodes*”, afirma Rômulo Batista, da Campanha da Amazônia do Greenpeace.
Os alertas de desmatamento e degradação acumulados
de agosto de 2014 à julho de 2015 superaram em 69% os índices registrados no
período anterior, de agosto de 2013 a julho de 2014.
Mais uma vez o estado do Mato Grosso liderou este
triste ranking, somando 1.815 Km2, o equivalente a 35% de todos os alertas,
seguido de perto pelo Pará que somou 1.535 Km2, com 29,8% do total, e Rondônia
com 769 Km2, responsável por 15% dos alertas no período.
Enquanto o desmatamento corre solto na floresta,
sem que o governo dê a devida importância para o fato, diversas regiões do país
enfrentam uma grave crise hídrica, como os estados de São Paulo, Rio de Janeiro
e Minas Gerais, que vivem com a iminência de racionamento de água para os
próximos meses.
O desmatamento não afeta apenas quem vive na
floresta, pelo contrário, seus efeitos já estão sendo sentidos pelo Brasil
afora. Ao desmatar as florestas interferimos em um equilíbrio delicado e o
planeta todo paga a conta.
“Infelizmente o futuro que se anuncia não é nada
bom. Em seus últimos encontros internacionais, com o presidente dos Estados
Unidos e a chanceler da Alemanha, o governo brasileiro não apresentou nenhuma
ambição, limitando-se apenas a acabar com desmatamento ilegal até 2030”,
observa Batista.
Para acabar de vez com a destruição florestal o
Brasil precisa fazer o dever de casa, assumindo um compromisso com o
Desmatamento Zero e com o futuro. Faça parte do movimento pelo fim do
desmatamento no Brasil AGORA, assine pelo Desmatamento Zero.
*Prodes – Projeto de Monitoramento do Desmatamento
na Amazônia Legal – é o sistema de monitoramento oficial, medido pelo INPE.
Como utiliza outro tipo de satélite, que detecta desmatamentos menores de até
6,25 hectares, o índice é usado para indicar a taxa oficial de desmatamento do
Brasil.
Fonte: Greenpeace Brasil
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