Conservação: rotação de
pastagem tem se revelado alternativa para o equilíbrio ambiental.
Sucena Shkrada Resk/ICV
Neste ano, em que se comemora o
Ano Internacional do Solo, pela Organização das Nações Unidas (ONU),
experiências de rotação de pastagem têm se revelado alternativas favoráveis à
conservação ambiental e ao combate ao desmatamento. O veterinário Eduardo
Florence, gestor de projetos do Instituto Centro de Vida (ICV), explica que a
essência do conceito é compreender que um sistema de pastagem é um
ecossistema, ou seja, interação harmônica entre solo, planta e animal,
controlado pelo ser humano, visando produção de alimentos de origem animal
saudáveis e de alta qualidade, bem-estar social e equilíbrio ambiental. “O solo
é um organismo vivo complexo de múltiplas interações biológicas, físicas
e químicas, não apenas um substrato inanimado”, diz.
A arborização das pastagens,
caracterizando sistemas silvipastoris, segundo ele, contribuem para a
melhoria do ambiente duas ou mais espécies de forrageiras têm apresentado bons
resultados.
Por meio das técnicas de rotação
das pastagens, há o respeito às condições fisiológicas das plantas forrageiras.
“A rotação ocorre com períodos intercalados entre o pastejo e o repouso. Desta
forma, a planta consegue manter seu desenvolvimento vegetativo e é colhida
diretamente pelos animais em sua máxima capacidade de produção, valorizando
tanto a quantidade de pasto produzido, quanto à qualidade nutricional do
mesmo”, explica Florence.
Esse cenário favorece a
reprodução de condições que se aproximam da vegetação original, no sentido de
conservação do solo, e diminui a infestação por plantas invasoras ou daninhas,
segundo o veterinário. “O solo permanece coberto durante todo ano, reduzindo
impacto direto de chuva e sol, mantendo um microclima mais favorável para a
diversidade da vida”.
Florence explica que com essa
prática, há a redução ou a eliminação da necessidade de utilização de controle
químico. “A reciclagem de nutrientes e condições de acumulação de matéria
orgânica melhora a fertilidade”, justifica. Outras técnicas auxiliares, como a
confecção de curvas de nível, ajudam a evitar perdas de solo, retendo água
dentro dos sistemas, o que favorece a absorção pelo solo e distribuição lenta
para os lençóis e córregos.
Na contramão dessas boas práticas
agropecuárias, no entanto, está a produção pecuária pastoril extensiva, que tem
se revelado uma atividade produtiva de alto impacto ambiental.
“Historicamente faz uso desordenado dos solos e água, ocasionando grande
perda física de solo (erosão) e fertilidade. Somado a isso, utilização de
insumos químicos – agrotóxicos e adubos – de maneira irresponsável e sem
critérios, tem contaminado solo e água, inviabilizando cultivo agropecuário”,
alerta o gestor de projetos do ICV.
Fonte: ICV
Nenhum comentário:
Postar um comentário