Agricultores
familiares de Cotriguaçu falam de seus desafios e conquistas em mais de duas
décadas.
Cleuza e Valdecir ampliaram sua área de atuação no
Projeto de Assentamento, com a pousada. Foto: Sucena Shkrada Resk/ICV.
Sucena Shkrada Resk/ICV
Vinte e dois anos se passaram, mas é como se fosse
hoje. As lembranças do processo migratório e da construção de uma nova vida no
noroeste mato-grossense, na Amazônia, ainda estão presentes na memória do casal
de agricultores familiares Cleuza Francisco de Souza, 40 anos, e Valdecir
do Santos, 43, da comunidade Nova Esperança, no Projeto de Assentamento Nova
Cotriguaçu, no município de Cotriguaçu. “Viemos em um grupo de 20 pessoas, num
pau-de-arara, desde a divisa do Paraná com Itaquiraí, Mato Grosso do Sul.
Percorremos cerca de 2,5 mil quilômetros”, conta Santos.
Quando chegaram na região, ainda não havia estrada
de terra para a comunidade de Nova Esperança, que iria começar a ser
estruturada. “Demorou cerca de 90 dias para abrirem o caminho. Ficamos,
nos primeiros três anos, em barracos feitos com palha de coqueiro até ocorrer a
divisão da terra e o processo ser iniciado no Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra)”, diz Santos.
Tempos difíceis mas que foram enfrentados com
resiliência por estas famílias pioneiras. “Nos primeiros anos, enfrentamos a
malária e um de nossos companheiros (Aldovandro), que era da região de Bonito,
MS, morreu por causa da doença e, em sua homenagem, foi dado o nome à Escola de
Campo Aldovandro da Rocha Silva, em nossa comunidade”, recorda o agricultor
familiar.
Os anos foram passando, do barracão de palha depois
construíram uma casa de madeira e, anos mais tarde, uma de alvenaria. Foi no PA
Nova Cotriguaçu que criaram os seus filhos. Plantaram e continuam a manter
muitos cultivos, como feijão, banana, mandioca e milho. Tiveram algumas cabeças
de gado branco e leiteiro. O casal, há alguns anos, mantém uma pousada modesta
para recepcionar quem passa por Nova Esperança e um roçado nas proximidades.
“Aprendi a gostar de gente trabalhando na lida”, afirma Cleuza.
O casal de agricultores hospeda a equipe do
Instituto Centro de Vida (ICV), durante o trabalho de campo, desenvolvidos no
âmbito do Projeto Cotriguaçu Sempre Verde (CSV), que teve início em 2011, na
região.
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Fonte: ICV
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